Busca

Anselmo Heidrich

Defendo uma sociedade livre baseada no governo limitado e estado mínimo.

Tag

esquerda

É bobagem dizer que Hitler era esquerdista

Hitler em Munique (1931) na saída da sede do Partido Nazista.

“Mas a opinião de Hitler vale alguma coisa?” Depende, tudo depende. Assim… Vamos dizer que tu queiras combater o racismo, certo? Quem foi o maior expoente do racismo, que propôs a extinção de seus inimigos raciais e não só teorizou sobre isto como IMPLEMENTOU isto? Sim, ele mesmo, o pintor austríaco frustrado que tinha avó judia e perdeu a namorada para um judeu e também foi rejeitado como pintor, ADOLF HITLER. Então, mesmo assim tu ainda acha que a opinião dele não deve ser analisada? Pois quando dizemos “valer alguma coisa” não significa concordar com a mesma, mas levá-la em conta ao ponto de analisar seu impacto.

Assim, não ignore seu inimigo. Estude-o para melhor conhecer suas falhas, combatê-lo e vencê-lo. É tão básico isso que o simples fato de eu ter que explicar já explica muito sobre a incapacidade das pessoas em entender o óbvio se desvinculando de suas paixões.

Quanto ao artigo abaixo, quando Hitler fala que os nazistas não tinham nada a ver com comunistas, o posicionamento não é sobre a pauta econômica. Dizer que eram sim farinha do mesmo saco é totalmente anacrônico. Vamos por partes:

1. Naquele momento histórico e naquela sociedade, praticamente todos grupos políticos, a maioria defendia o intervencionismo estatal. Achar que então todos eram “esquerdistas” seria o mesmo que eu dizer agora que os governos militares também eram de esquerda na medida que avançaram a estatização da economia;

2. O erro aí está em não enxergar a dualidade Direita/Esquerda como o que é, RELATIVISTA, pois o termo “direita” e o termo “esquerda” não encerram em si mesmo nenhuma essência, eles dependem do contexto histórico no qual são utilizados. Tanto é assim, como é bem sabido, que esta dualidade surgiu em um momento histórico, pós-revolução francesa onde a esquerda era liberal e formada por comerciantes e a direita adepta da oligarquia, que seria no máximo defensora de um capitalismo de estado, algo que a direita atual, americana e brasileira dizem combater.

3. Ambos os regimes criados por Hitler e por Lenin foram genocidas, o nazismo tendo matado mais em menos tempo e o comunismo tendo matado mais em um prazo maior. Isto seria então suficiente para pô-los do mesmo lado político-ideológico? Não, pois se vermos assim, governos conhecidos pela sua posição à direita são os mesmos que mataram milhares de pessoas, como o de Pinochet no Chile só para citar um exemplo mais conhecido. Alguém poderia objetar que um governo que mata milhares ainda assim é melhor do que um mata dezenas de milhões… Sim, do ponto de vista meramente quantitativo, mas em termos de princípios, não. Daí, a diferença esvanece por completo. Notem que essas pessoas que acham que o número dá uma legitimidade moral são as mesmas que eximem Daltan Dallagnol de qualquer culpa por desvios de função para ganhar mais dinheiro, mas acusam os petistas de corrupção pelo desfalque de bilhões. Sem dúvida que para a economia, o último foi o pior, de longe, mas em termos de moral nenhum pode arrotar superioridade.

A diferença é que direitistas assim são melhores em grau, mas não em princípio. Ambos são corruptos, pois anulam os procedimentos que garantem a defesa dos direitos do indivíduo. Ser direitista não te torna, necessariamente, um defensor das liberdades individuais. Esses direitistas, aliás, valem tanto quanto os esquerdistas que conhecemos: porra nenhuma.

Popper, em livrinho ótimo chamado A Miséria do Historicismo (que parodia criticamente A Miséria da Filosofia de Karl Marx) faz a distinção entre o que ele chama de ESSENCIALISMO e NOMINALISMO. A primeira vertente filosófica é a que procura “essências verdadeiras” em fenômenos que só são explicados pela sua conjuntura histórica, tipo quem diz “o verdadeiro comunismo de Marx não é isso aí etc.” Ora, isto não explica nada, no máximo que a teoria de Marx não era tão acurada, pois não previu a realidade. O comunismo de fato é o que foi feito. Sendo assim, o mesmo vale para o capitalismo. Não adianta tu vir com a balela de que “o verdadeiro capitalismo seria…” se nunca o vemos. O que podemos, na melhor das hipóteses, é COMPARAR modelos de capitalismo REALMENTE EXISTENTES e dizer como poderíamos melhor um ou outro. Portanto, não existem essências que tornam uma Direita Ideal modelo a ser seguido, nem uma Esquerda Ideal outro modelo a ser seguido, o que existem são os CASOS de governos de Direita e de Esquerda para serem estudados, porventura seguidos ou adaptados e, na maioria dos casos, REJEITADOS.

Agora, quando assumimos uma postura mais científica na filosofia, o que chamamos de NOMINALISMO encaramos cada caso como único e que o que o une a outro sob o mesmo nome é isso apenas, SEU NOME. Isto quer dizer que o comunismo chinês tem de ser estudado pelo que ele é, um fenômeno chinês e não porque é um sistema derivado do modelo teórico de Marx. Chineses antes do comunismo já matavam em massa, apenas se setiram legitimados depois, russos idem (estudem o czarismo) e assim vai. O desenvolvimento social e moral é um fenômeno anômalo, esta é a triste verdade e para segui-lo requer um esforço descomunal a passo de tartaruga na história. Portanto, TODO MOVIMENTO QUE DIZ TER FEITO UMA REVOLUÇÃO, SOBRETUDO NA ÁREA DOS COSTUMES ME CHEIRA A FALSIDADE.

Se eu já detestava petistas, esse nojo agora me vem quando vejo gente arrogante e que se acha imune às críticas fazendo movimentos e passeatas por um governo patético como o de Bolsonaro. Se Guedes acertar em algo (e torço por isso) serei analítico e ponderarei, mas NUNCA baixarei minha cabeça para uma personalidade fazendo culto a ela, NUNCA. Esta bobagem deixo para seres sub-humanos que precisam de ídolos e mitos.

Outra coisa que não sabem sobre o nazismo que coloca este movimento a direita do que havia na Alemanha é que, ao contrário do comunismo ele era religioso, cristão. Muitos dirão que falsamente cristão, mas este é o ponto, toda nova seita não é bem vista pela ortodoxia, tanto que aqueles que se auto-denominam “ortodoxos” vêem os outros como falsos, corrompidos. Ou vocês acham que a mistura de cristianismo com paganismo de Hitler é muito mais heterodoxa do que os mórmons primitivos que defendiam a poligamia? Além do mais, para todo cristão do oriente, o que se expandiu para o ocidente séculos depois no Império Romano deveria ser algo estranho e alienígena que pouco tinha a ver com o culto original porque, basicamente, tudo se adapta à realidade local. Fenômeno conhecido como SINCRETISMO e que tem no Brasil um exemplo notório.

Bem, se pouco importa que comunismo e nazismo tenham sido direita ou esquerda, exceto pelas suas posições políticas relativas em um dado momento histórico e na sociedade em que se desenvolveram, o que os une? Sim, eles têm algo em comum que é o que realmente importa, o TOTALITARISMO, um sistema autoritário nas regras, além das pessoas, que persegue dissidentes e tenta controlar a comunicação e reage às críticas taxando as pessoas de “esquerdistas” ou “direitistas” e sequer querendo debater civilizadamente. Eu vi este lixo ontem no PT, hoje eu vejo no Governo Bolsonaro. Eu tenho asco dessa gente. Eu tenho asco de um babaca grande e careca que vi segurando uma bandeira do Ustra, quando fui a uma manifestação contra o PT. A última que fui, pois o movimento pró-impeachment, democrático e civilizado tinha se degringolado completamente. De legítimo passou a ser meramente OPORTUNISTA.

Eu não me arrependo do que fiz, de lutar pelo impeachment, era necessário, mas é triste ver que um movimento social que se separava dos intervencionistas se tornou um movimento, desidratado, que deu voz a esta minoria autoritária que só quer legitimar o governo que está no poder e tenta calar a força os que discordam. Se quer governar, tem que aguentar as críticas, mas insuflar manifestações é uma maneira de não responder com conteúdo.

Espero que isto tudo termine um dia, mas temo que o pior ainda aconteça para que a maioria perceba seu erro. Para ficar claro, o povo acertou em derrubar um governo corrupto e ineficaz do PT, mas erra em apoiar um governo eximindo-o de seus erros (e não são poucos). De um movimento crítico se passou a um gado chapa-branca.

Portanto, minion, quando tentar colocar Hitler como “esquerdista” para preservar tua Direita, tu só estás tapando o Sol com uma peneira. Pois nazismo e comunismo são totalitários, simplesmente, contrários à liberdade individual, assim como o sentimento de gado é contrário à liberdade de expressão individual.

Anselmo Heidrich
17 jul. 19

_______________________________________________________________

Imagem: “Hitler saindo da sede do Partido Nazista em Munique, 1931” (Fonte): https://www.flickr.com/photos/recuerdosdepandora/7106028925

A Inveja como Fator Histórico

Por conta do meu penúltimo texto, sobre a Suécia, eu recebi um comentário:

As elites as quais a esquerda se refere são os verdadeiramente ricos, os que dão as cartas, não á classe média que compra carro e casa á prestação e pensa que é elite. As cotas são um meio ineficiente de diminuir o gap social entre etnias historicamente desprivilegiadas, escravizadas no caso do Brasil. Isso é diferente de imigração, portanto, o problema sueco é completamente diferente. Lá existia um equilíbrio que foi quebrado com a imigração, no Brasil nunca houve equilíbrio a ser quebrado. A sociedade sueca sempre foi igualitária até a chegada dos refugiados, enquanto a sociedade brasileira foi construída em torno da desigualdade, com base na mão de obra escrava, de uma escravidão que foi abolida sem levar em consideração as massas de desempregados que veio com ela. O problema sueco está na incapacidade de fazer prevalecer a sua cultura, enquanto o Brasil precisa consertar erros do passado pra que sua cultura seja construída de forma igualitária. Não gosto de cotas, penso que essas perpetuam a desigualdade, mas reconheço que algo precisa ser feito pra mudar essa condição, pra que no futuro possamos nos orgulhar de ter construído uma sociedade justa…

Antes de mais nada, independente do teor da crítica ou comentário, eu aprecio o tipo que ataca o conteúdo e não apela para a forma ou desvirtua denegrindo seu oponente. Eu discordo do comentário acima, em quase tudo, mas o ponto é que vale a pena discutir com gente assim. Simplesmente, vale a pena, pois se aprende mutuamente ou, se no limite, não se aprende com o ponto de vista adverso, se aprende ao tentar rebuscar nosso argumento. Então vamos lá…

Quem são os ricos que a Esquerda destesta?

A Esquerda se refere a ricos, ricos sim quando pensa em termos marxistas, como uma classe detentora dos meios de produção extraindo a mais-valia de outra, ou seja, explorando-a. Mas isso que está fundamentalmente errado, pois não há uma classe com posse de meios de produção necessariamente com maior renda que aqueles que não os têm. Por duas razões: a composição e o modo como as classes se estruturam mudou bastante desde a época de Karl, hoje em dia nós temos muito mais gerentes e grandes acionistas que dividem seus investimentos em vários fundos sem, necessariamente, deter os meios de produção de grupos industriais, agrícolas ou extrativistas específicos. Em se tratando de Brasil, a burocracia governamental ou para-governamental tem muito mais poder e dinheiro do que empreendedores privados, o que denota que este terceiro elemento, o estado não é levado na devida conta pelos marxistas (basicamente porque Marx não tinha uma Teoria do Estado). Veja aqui quem pertence a posição dominante na estratificação social brasileira:

Elite estatal ocupa 6 das 10 profissões mais bem pagas @estadao: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,elite-estatal-ocupa6-das-10-profissoes-mais-bem-pagas,10000081214

Por outro lado, os esquerdistas de hoje estão mergulhados de tal forma em um mar de ignorância e imbecilidade que seus argumentos (se é que se podem chamá-los disso) beiram o puro preconceito e antipatia irracional. O caso mais conhecido é de Marilena Chauí, professora de filosofia da USP e típico exemplo de elite estatal, muito bem remunerada, diga-se de passagem. Vejamos o que ela diz:

https://youtu.be/svsMNFkQCHY

Entre outras asneiras, a professora opõe a classe média aos “trabalhadores”, como se ela própria não fosse constituída, majoritariamente, por membros da População Economicamente Ativa (P.E.A.), isto é, trabalhadores de fato. Marilena Chauí perdeu uma maravilhosa chance de calar a boca e demonstrou toda sua ignorância em (a) termos marxistas, pois as classes médias não faziam parte do “motor da história”, não executavam a exploração, nem eram exploradas; (b) em termos conjunturais, pois contradiz a própria alegação auto-meritória de seu partido, o PT, que diz “ter aumentado a classe média brasileira” ao colocar milhões de brasileiros no mercado consumidor com seu Bolsa-Família:

35 milhões de pessoas ascenderam à classe média https://exame.abril.com.br/brasil/35-milhoes-de-pessoas-ascenderam-a-classe-media/ via @exame

Muito embora, a incorporação dessas dezenas de milhões a um estrato social intermediário tenha sido mais a um estratagema estatístico do que à distribuição de renda compulsória:

Depois de inventar a classe média dos R$ 300, PT está prestes a declarar oficialmente o fim da miséria que, a rigor, já não existia. Veja como e por quê https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/depois-de-inventar-a-classe-media-dos-r-300-pt-esta-prestes-a-declarar-oficialmente-o-fim-da-miseria-que-a-rigor-ja-nao-existia-veja-como-e-por-que/ via @VEJA

As cotas raciais criam uma elite entre negros, pardos e indígenas

Até do ponto de vista esquerdista, que se apoia basicamente na ideia de transferência de renda, as cotas raciais para serviços públicos ou universidades é um anacronismo. Em primeiro lugar porque no Brasil, pardos não são minoritários. Então, as cotas seriam para a maioria e não para um “grupo desprivilegiado”. Para ser coerente com seu propósito, negros, pardos e indígenas teriam que somar cerca de 12%, como é nos EUA, de onde foi importada a ideia. Em segundo, quando se facilita a entrada desses grupos em universidades concorridas, se privilegia negros, pardos e indígenas que já concluíram o ensino médio, ou seja, justamente aqueles que já se encontram melhor situados do que a imensa maioria que sequer termina o ensino fundamental. Estes, especificamente, não têm nada, não ganham nada e ainda têm que sofrer com um lixo de ensino, haja vista as péssimas colocações que a educação brasileira alcança em rankings e avaliações internacionais. Portanto, se quisessem, realmente, melhorar a condição de vida desses “desprivilegiados”, o ensino básico (fundamental e médio) é que deveriam ser melhorados, muito. Nada disso é feito porque, entre outros problemas, teria que se brigar com uma categoria organizada e extremamente avessa às mudanças formada pelos professores.

Ainda dentro da perspectiva de Esquerda, calcada na redistribuição compulsória de renda, se fosse para atingir resultados mais tangíveis e não estimular o preconceito e retórica racista de “eu sou negro”, “seu mérito e sucesso são herdados da exploração que seus antepassados cometeram contra os meus” ou argumentos similares, as cotas sociais seriam mais eficazes. Mas aí, nem sempre pardos, negros e indígenas seriam os maiores beneficiários. Basta pensar que em estados como Santa Catarina, com maioria absoluta de brancos, os pobres deste grupo é que seriam os mais atingidos por tais programas.

O passado de riqueza da Suécia pode não ser suficiente para garantir sua prosperidade

Muitos acham indevidas as comparações entre a violência étnica na Suécia após a inundação de sua população por refugiados e imigrantes. Deixe-me explicar um coisa, comparar é justamente o que se faz com realidades diferentes para se avaliar causas, processos e resultados similares e/ou distintos. Se procurássemos só realidades próximos estaríamos equiparando, o que não é o caso entre Brasil e Suécia. É claro que as causas da violência neste e naquele país são pra lá de diferentes, ninguém negou isto! O que se tem que avaliar é que há processos similares, quer seja pelo “garantismo jurídico” que trata bandidos como “vítimas sociais” aqui no Brasil, quer seja pelo ressentimento que povos de Primeiro Mundo têm com relação aos imigrantes por vê-los como “vítimas históricas” na Suécia e na Europa Ocidental, o resultado é um: o recrudescimento da violência.

Pode ser diferente? Sim, pode. Mas para tanto, imigrantes e pobres não têm que ter privilégios e benefícios têm que estar computados em um processo de crescimento intelectual e pessoal, isto é, como estudos garantidos para incorporação no mercado de trabalho. O resto da vida cada um resolve e desenvolve como quer, desde que não se agrida quem pensa diferente. Portanto, se a tua religião — ou a maneira como interpreta sua religião — atenta claramente contra o modo de vida do país que o recebeu ou se tua posição na escala social dificulta seu crescimento profissional e qualidade de vida, tu só pode ter um caminho: o trabalho independente com respeito às demais culturas todas sob a mesma lei. Se não for assim, meu caro, volte para o buraco de onde veio.

E, ironicamente, o que está na raiz disto tudo é uma forma inconfessa de elogio, a inveja. Quando eu invejo alguém, eu queria ser esse alguém, mas como não posso, quero destruí-lo. É isso que está na raiz de toda essa violência.

Abraço,

Anselmo Heidrich

16–08–2018

Esquerdas + Direita Vs. Convivência

Imagem: thespruce.com

A Esquerda que eu conheci era revolucionária, acreditava que todo e qualquer rico enriquecera expropriando os demais, que a “culpa” pela pobreza existir era por um esquema, sistema de soma zero, se alguém ganha é porque alguém perdeu, mas a Esquerda contemporânea é pior, ela parte do princípio de que mesmo não tendo uma relação de exploração instaurada, a desigualdade é imoral e para restabelecer esta moral, a expropriação dos ricos tem que se dar. A antiga Esquerda condenava a exploração, a atual endossa a exploração em sentido contrário. No que uma certa Direita coaduna com ambas as Esquerdas? Quando alguns direitistas acham que uma elite global, que alguns ricos mantém outros povos, com seus ricos, pobres e remediados em situação de pobreza relativa. A solução para estes vira então, um belo e pomposo discurso com polpa nacionalista, mas cuja semente não passa de protecionismo, isolamento e medo. Esta é a raiz do sentimento anti-imigratório em países que se formaram e desenvolveram com a imigração. Esta é a raiz do pré-julgamento contrário e negativo sobre uma empresa global, cujo criador e principal detentor expressou opinião simpática a uma Esquerda (ainda que moderada). O que os une não é senão um sentimento de fraqueza que não trata todos por igual, sobretudo se o que “o outro” crê é algo distinto de mim. Para estes pseudo-liberais que falam em “censura” não existe o questionamento de quando se pode censurar alguém, pois nós o fazemos todos os dias em nosso ambiente privado. Ambiente PRIVADO, difícil entender? Sim, para muitos, as regras valem só para os outros. Para quem realmente defende a Liberdade, ela vale inclusive para quem quer se manter um idiota, desde que seja com sua própria vida, em seu próprio espaço e em sua própria EMPRESA.

Agora lembre-se, o raciocínio que guia a Esquerda contemporânea, dita Pós-Moderna de que devem existir cotas para “minorias” — mesmo que pardos sejam maioria em nosso país e haja mais mulheres que homens, estes são exemplos de “minorias” na novilíngua — é o raciocínio de quem acha que deve regular um espaço público. O que você espera que irá acontecer quando a regulação de um espaço privado pelos seus descontentes for sacramentada? Todos os espaços de convivência terão interferência alheia por força de Lei. Vai vendo, mas se depois vier chorar aqui, eu devo dizer “eu não te avisei” ou “VTNC”?

Anselmo Heidrich

30–07–2018

Trump, imigrantes e o assédio à garota russa

Fonte da imagem: Notícias ao Minuto Brasil - Brasileiros são acusados de machismo e assédio na Copa do Mundo noticiasaominuto.com.br via @noticiaaominutobr

Tive um colega professor de História, diretor do SENAI em Santos, SP lá pelos anos 90 (onde trabalhei no Anglo por 7 anos) e ele expulsou, veja bem, EXPULSOU um aluno do curso técnico no ÚLTIMO ANO. Vou deixar bem claro para que todos entendam: o cara, diretor do Senai expulsou um aluno no último ano de curso técnico às vésperas da formatura do infeliz. Por quê? O aluno colocou minhocas, ele teve a manha de comprar minhocas e jogar na panela de macarrão do restaurante em que os alunos iam comer. Daí perguntei ao meu colega, um corôa cerca de 20 anos mais velho que eu (eu tinha 20 e poucos anos a época) por que ele tinha feito isso e a resposta foi esta, nunca me esqueço: “como vou deixar um cara desses trabalhar na indústria, qual a MINHA RESPONSABILIDADE em deixar um sujeito desses entrar na indústria”. O mais bizarro é que a galera que está se dividindo agora em Esquerda condenando o ato “machista” e Direita acusando atores globais de hipocrisia com relação à idiotice de um grupo de brasileiros na Rússia ao enganar uma moça não estão focando no caso em si, pode um funcionário público, ainda mais policial dar este exemplo? O que vai acontecer? O cara vai voltar para SC, vai subir a serra, vai tomar alguma sanção administrativa da corporação, cujo tribunal é militar e deu pra bolinha, só isso. Nosso país é desigual e injusto sim, mas não em relação a renda, pois isto tem outras causas que não se relacionam à Justiça. Nosso país é injustamente desigual devido à aplicação da Lei.

Aqui, eu esclareço mais estas questões que põem em divisão algo que deveria ser consenso porque o que realmente importa a essa gente não é o caso em si, seja ele o referido assédio na Rússia feito por um grupo de otários ou o tratamento dado aos imigrantes ilegais pela administração Trump:

Anselmo Heidrich

 

Por que dizer que o nazismo é de esquerda é anacrônico?

Após meu último texto li por aí que o nazismo não pode ser de direita porque é coletivista, autoritário, intervencionista, anticonservador (revolucionário no sentido da mudança de ordem vigente para outra pior, no caso) etc. Tudo isto é verdade, exceto por não poder ser de direita. Direita e Esquerda são termos relativos, assim como os polos geográficos, um inexiste sem o outro. O erro que vemos por aí, seja em textos, áudios, vídeos etc. é considerar uma direita especifica, a liberal na economia e conservadora nos costumes como a verdadeira direita. Isto é uma bobagem, pois este conceito específico se limita a uma dada conjuntura e realidade especifica. Transportar algo de determinado contexto para outro é o que chamamos em ciência social de anacronismo e é exatamente isto que grupos que levantam a bandeira da direita, assim como os postulantes da verdadeira esquerda fazem contra seus pares moderados. Lembremos que durante muito tempo, a chamada socialdemocracia era demonizada pelos radicais comunistas, ao passo que hoje ela é vista como a esquerda, manipuladora e que está por trás de todos os movimentos mundiais de “esquerdização” da política. Como as coisas mudam, não? Assim, quando se procura encaixar uma ideologia como o nazismo dentro de posições políticas na sociedade, como direita e esquerda, se corre o risco, não observadas as particularidades de cada época em deturpar o que era o objeto central – no caso, o nazismo – para que assim caiba dentro de uma visão dicotômica e simplista do mundo. Análoga e simetricamente, se o nazismo supera a simples posição de ‘esquerda’, também não se adéqua ao que hoje entendemos como ‘direita’. O impressionante, no entanto, é ver a empolgação daqueles que preferem discutir este par abstrato Direita VS Esquerda deixando de enfocar o próprio Nazismo, o que ajuda na ignorância da perenidade deste fenômeno sociopata até hoje, até mesmo em um país como o Brasil.

Segue aqui um excelente texto que versa sobre o assunto.

Boa leitura,

Anselmo Heidrich

 

Essas confusões sobre esquerda e direita se devem a vários fatores.

Movimentos políticos sustentam em seu momento histórico conjuntos de ideias que não guardam necessariamente muita relação entre si, e até mesmo podem parecer contraditórios mais tarde. Por exemplo, a independência americana foi um movimento de esquerda em sua época, porque pregava o fim da nobreza, defendendo a supremacia de “Nós, o povo”. Mas a maioria preferiu manter a escravidão, excluindo os negros do conceito de povo, e só os grandes fazendeiros tinham direito a voto.

A Revolução Francesa, por seu lado, pouco fez para conquistar a igualdade feminina, que em muitos casos até regrediu. O grande objetivo oculto dessas grandes e importantes revoluções foi transferir o poder das mãos da aristocracia e do clero parasitários para a nascente burguesia agrícola e mercantil.

O resultado foi uma grande democratização e o início da sociedade moderna, mas não tão completa então como a maioria imagina.

Se direita implica principalmente em ser conservador, mantendo o status quo social, e esquerda em nivelamento das classes sociais, como geralmente é entendido, é preciso não esquecer que em cada momento histórico esses eixos agregam em torno de si ideias e valores marcantes, mas não conceitualmente essenciais. Um exemplo é a diferença ente fascismo e nazismo com relação aos judeus, fundamental aos primeiros, mas não aos fascistas a que tomaram como exemplo em seu início. Ambos eram totalitários, ambos hegemônicos em seus delírios de grandeza, mas o antissemitismo só foi introduzido na Itália por pressão alemã.

Além do reconhecimento de que cada ideologia em marcha é formada por vários vetores nem sempre afins, há ainda a deriva histórica dos movimentos, em função dos acidentes que lhes atravessam no caminho e alteram seu próprio eixo.

Há um bom exemplo aqui no Brasil. Se compararem a política social e econômica dos militares de 64, verão que era muito mais afim com os trabalhistas, seus inimigos de morte de então, que com os liberais de mercado da época, como Lacerda, e muito mais com a direita liberal de hoje. Eram nacionalistas, acreditavam na ação positiva do governo na economia, e na implantação de leis e programas de proteção social.

Como, então, decidir se este ou aquele movimento foi de esquerda ou direita? Eram de esquerda os militares de 64?

Uma boa pista para sair do imbróglio é observar qual o foco daqueles movimentos em sua ação política, no tempo em que atuaram.

O movimento de 64 se colocou como barreira ante o crescimento da ação da esquerda, que vinha assustando as classes médias brasileiras. Igualmente, o fascismo e nazismo se alimentaram em seus países do temor de que a hegemonia das esquerdas fosse implantada, tanto pela via democrática, aonde vinham conquistando benefícios, como férias remuneradas, semanas de 44 horas de trabalho, quanto pela via revolucionária, que alguns partidos pregavam.

Mas nazismo e fascismo, como notam alguns direitistas, estabeleceram algumas medidas de proteção aos trabalhadores, a “Carta del Lavoro” de Mussolini é um bom exemplo e modelo de nossa CLT. A razão é simples, não se pode simplesmente estancar benefícios para 90% da população e sair incólume, o que era preciso no momento era que alguém controlasse o processo, que então parecia caótico aos olhos de muitos, e se fixasse como mediador, definindo o que poderia e o que não poderia ser concedido.

O resultado é que se deram algumas garantias aos trabalhadores italianos que, unidos a forte repressão, fragilizaram o movimento de esquerda naquele país.

Não há dúvida de que aqueles movimentos foram a arma da direita para enfrentar as forças de esquerda.

Olhar os programas que defendiam sob a ótica de hoje leva a grandes equívocos.

Até por que os esquerdistas e direitistas de hoje têm grandes diferenças com os daqueles movimentos do passado.

Um exemplo curioso é a integração das esquerdas latino-americanas com a cúpula da Igreja e muitos países, contra a antiga tradição anticlerical.

E se você se diz de direita, porque defende o estado mínimo, e também a igualdade de gênero e das mulheres, não se meta numa viagem do tempo para a Itália dos anos 30, pois os fascistas iriam prender você e fazê-lo beber muito óleo de rícino, como perigoso esquerdista.

É a deriva política, meus caros.

Por fim cabe mais uma observação importante: cada homem de ideias, em cada momento acredita que conseguiu atingir o “Fim da História”, ou seja, a visão universal e permanente do Direito Natural. Assim acreditam os bem intencionados de hoje, de todos os matizes… Inutilmente.

 

Carlos Bertomeu

2017-08-16

CHRIS ROCK, a ESQUERDA e a DIREITA

Nenhuma pessoal normal e decente é só uma coisa. Ok?! Em um monte de bosta, eu sou um conservador e em um outro monte de bosta, eu sou um liberal. No crime, eu sou conservador. Na prostituição, eu sou um liberal. 

Chris Rock

 

Quatro dias atrás, uma manifestação racista acabou em violência no estado da Virgínia, EUA. Ativistas da Supremacia Branca, Alt-Right (Alternative Right) e a renascida Ku Klux Klan marcharam até o campus local onde havia uma estátua do General Lee, um dos líderes confederados que defendia a escravidão na Guerra de Secessão (1861-1865) e que ameaça ser retirada, pois é vista como um “símbolo racista”. Claro que o evento serviu a outros propósitos que não a mera preservação de uma ingrata memória: a “união das direitas”, como asseverou um de seus membros era a real motivação da marcha de celerados. Aí, por causa disto, os antiesquerdistas brasileiros surtaram.

Por quê? “Porque nos igualaram a nazistas,” alguém diria. Vem cá, há uma essência inabalável no conceito da palavra Direita? Se há, me provem. Da mesma forma, há uma essência inabalável no conceito da palavra Esquerda? Eu digo que não. Esse é um dos temas que mais me apaixona e não é a discussão de filosofia política ou mais simplesmente, ideologia, mas sim, em como as pessoas percebem as mesmas ideologias e seu papel nelas. Ou seja, como as pessoas se imaginam vinculadas a certos conjuntos de ideias.[1]

A birra toda veio porque a esquerda tupiniquim guiada pelos anti-Trumpistas que quiseram associar a presença dos manifestantes racistas que também apoiaram Donald J. Trump à presidência, como uma inabalável prova de sua má influência, o que teria encorajado tais movimentos. Cá entre nós, Trump pode ser um tanto desastrado em suas declarações (embora muito menos do que o nosso Bolsonaro), mas ele não é burro. Aliás, seu governo está se saindo muito bem, mas este é assunto para outro artigo… A questão é que em uma era midiática, que se expressa opiniões em apenas 140 caracteres no Twitter, vocês querem o quê? Altos debates com fundamentação filosófica e teórica? Não dá. Assim como em toda a guerra, a primeira vítima é a verdade, o que mais se viu de ambos os lados foram falsas acusações. E isto não seria diferente aqui no Brasil.

Agora, que nossa esquerda brasileira faça pouco caso das ameaças de um louco na Coreia do Norte que ameaça não só os EUA, mas também ilhas no Pacífico, sua vizinha, a Coreia do Sul e o Japão ou o assassinato de mais de 120 jovens que protestaram contra o fim da democracia na Venezuela na semana passada ou contra a pior corrupção do planeta capitaneada pelo PT aqui no Brasil, eu não me admiro. Obviamente que ela tentará encobrir estes e outros fatos, FATOS com a morte de uma militante antirracista por um canalha assassino que furou sua marcha batendo em um carro que colidiu com seu corpo. Uma morte sim, mas uma morte estúpida feita por um fanático que trouxe a ira de americanos contra seu protesto a favor da preservação da estátua de um militar a serviço dos escravocratas. Claro que Trump poderia ter sido rápido no gatilho ao condenar o protesto e o timing dele, por vezes tão ágil no Twitter falhou. Acabou se manifestando, só que depois de vários congressistas de seu próprio partido se anteciparem. Dentre todos que li, a melhor foi do senador veterano pelo estado de Utah:

“Meu irmão não deu a vida lutando contra Hitler por suas ideias nazistas para que elas fossem aceitas aqui em casa.”

Por que um cara desses não é escalado para ser um POTUS (President Of The United States) com uma firmeza moral destas é um mistério para mim. Enfim, Trump condenou a marcha sim, mas considerou que retirar a estátua do General Lee seria o mesmo que então tirar as de George Washington ou Thomas Jefferson, alguns dos Pais Fundadores da nação por que estes também tiveram escravos. Erro, presidente, o senhor está errado. Ou sofismou ou caiu vítima do próprio equívoco em misturar épocas. Fazendo uma analogia: John Locke foi um dos maiores pensadores do liberalismo econômico que se conheceu na história. Só que na sua época, século XVII, a escravidão era vista como algo totalmente lícito, no que lhe permitia ser acionista de uma empresa que traficava escravos. Absurdo, não? Sim, plenamente, mas não para os padrões da época. Assim como não para os próprios padrões de africanos antes de meados do século XX, quando ter escravos era tão comum e normal que os próprios conterrâneos caçavam e vendiam seus ‘irmãos’ aos europeus em troca de mercadorias; assim como não para os povos da Mauritânia, país africano acusado pela ONU de ainda manter nos dias de hoje, a prática da escravidão entre os seus. Leiam com atenção, a escravidão não tem desculpas, não se justifica, mas se compreende e compreender NÃO é aceitar. O caso é que se aproveitamos John Locke ou Thomas Jefferson em alguma coisa, não foi por sua relação com a escravidão, mas sim pela defesa da liberdade que, inclusive serviu para acabar com a escravidão. Entendam que as ideias superam, vão além desses mortais que, por acaso, as enunciaram. Agora, me digam aqui, quais ideias eu posso aproveitar de um General Lee? Alguma tática militar talvez, mas é por isto que tem uma estátua dele no campus? Acho que não.

Donald J. Trump erra e erra feio porque depois da derrota do sul escravagista, manter símbolos desse período e de quem lutou para manter o status quo não é só preservar um símbolo de independência, mas de dependência de um ser humano visto e condenado ao status de ser “uma coisa de alguém,” este sim livre. Em minha opinião, a estátua do General Lee deveria ser posta abaixo e construída uma do presidente Lincoln, o abolicionista em seu lugar. Sei, sei que a guerra não teve seus propósitos limitados a isto, que houve motivações, predominantes dir-se-ia, estritamente econômicas, como a manutenção de um mercado (sulista) protegido para os manufaturados do norte yankee. No entanto, isto não demove um milímetro, o fato de que a guerra acabou com a escravidão, malgrado o racismo não termine com guerras, mas sim com miscigenação. E a miscigenação nos EUA, comparativamente a países como o Brasil é muito tímida, embora tenha mudado de alguns anos para cá, lentamente. E é isto que apavora a KKK, os supremacistas e toda esta escória. Se não podemos saber o que pensariam George Washington e Thomas Jefferson de tudo isso, não quer dizer que não sabíamos o que pensava o General Lee. Sabemos sim e manter a bosta da estátua que serve para acumular merda de pombo no campus é uma provocação.

Bem, o que fez nossa direita? Indignou-se por chamarem os racistas de ‘direita’ e se empenhou em produzir textos e textos, vídeos e vídeos chamando nazistas de esquerdistas pela palavra Nazismo ser um acrônimo de “Nacional-Socialismo” do Partido Nacional-Socialista Alemão. A dedução lógica é se o nazismo se originou na esquerda, então “o racismo é socialista”. Reparem, a defesa dos direitistas foi do mesmo quilate da acusação dos esquerdistas “vocês liberais são direita e a direita nos EUA é racista, logo…” Algum comentário ou análise sobre o caso em si? Isto foi de passagem, mas se concentraram em “limpar a barra da direita”, como se eles fossem responsabilizados pelo que ocorreu em Charlottesville, VA. Pessoal, vocês da Direita, sinto lhes dizer, mas vocês morderam a isca! A questão de se os nazistas eram direitistas na Alemanha, caso alguém se interesse em saber minha opinião, não se responde pela filosofia política (ideologia) e sim pela história: havia algum grupo “mais a direita”? Os liberais econômicos? Estes eram expressivos na composição política alemã do pré-II Guerra? Se não, então os nazistas entram como direita e não importa que sejam estatistas, pois o socialismo como organização econômica não vincula seus membros e apologistas, necessariamente, com o racismo. Até os anos 70, na América Latina, quando o comunismo era visto como alternativa viável pelos seus intelectuais, o keynesianismo, hoje chamado de ‘esquerda’ por liberais(-econômicos) era encarado como de direita porque, ao final das contas servia como um conjunto de políticas destinadas a salvar o capitalismo e não permitir que suas crises levassem a sua ‘superação’. Entendam de uma vez por todas que os diabos dos termos Esquerda e Direita são RELATIVOS! Não confundamos divergência econômica com cizânia racial ou social. São coisas distintas. É possível termos liberais em termos econômicos que não apreciem negros ou negros liberais que não gostem de hispânicos e por aí vai. POR ISTO, tanto faz se o nazismo é de direita ou de esquerda, DEPENDE do que estejamos considerando. Pense, o mundo não precisa ser manipulado por inteligentes e sábias cúpulas dirigentes, basta que seja normalmente estúpido, como de fato o é. E é aí que está a matéria-prima de quem apoia a estupidez, nos estúpidos que vão apoiar comunistas, que vão apoiar nazistas, independente de que numa dada conjuntura, eles estejam mais a direita ou mais a esquerda. Isto é irrelevante. Nunca subestime a ignorância, o racismo é uma constante mundial mitigada em sociedades, locais, cosmopolitas e em raros casos de países onde as tribos se miscigenam tendo casamentos interétnicos como padrão. Afinal, filhos amam seus pais, independente se são judeus ou palestinos. Daí se forem os dois, se importarão menos com os deuses de cada um e sim com quem lhes afaga e beija antes de dormir.

Minha posição política? Depende. Neste caso, ninguém melhor do que Chris Rock, ator e comediante americano para responder por mim:

“The whole country’s got a fucked up mentality. We all got a gang mentality. Republicans are fucking idiots. Democrats are fucking idiots. Conservatives are idiots and liberals are idiots.

Anyone who makes up their mind before they hear the issue is a fucking fool. Everybody, nah, nah, nah, everybody is so busy wanting to be down with a gang! I’m a conservative! I’m a liberal! I’m a conservative! It’s bullshit!

Be a fucking person. Listen. Let it swirl around your head. Then form your opinion.

No normal decent person is one thing. OK!?! I got some shit I’m conservative about, I got some shit I’m liberal about. Crime – I’m conservative. Prostitution – I’m liberal.

Chris Rock on Liberals And Conservatives”

 

Perspicaz, o rapaz. Um excelente dia a todos.

 

Anselmo Heidrich

2017-08-16

 

[1] Aqui, alguns de meus textos sobre a divergência e definição de Direita e Esquerda:

Interceptor: Kamaradas! http://inter-ceptor.blogspot.com/2017/02/kamaradas.html?spref=tw.

Interceptor: Enquadrando George Orwell http://inter-ceptor.blogspot.com/2016/09/enquadrando-george-orwell.html?spref=tw.

Interceptor: Direita, esquerda, esquerda, direita? O quê? http://inter-ceptor.blogspot.com/2015/06/direita-esquerda-esquerda-direita-o-que.html?spref=tw.

Interceptor: Classificação política e falta de objetividade http://inter-ceptor.blogspot.com/2014/11/classificacao-politica-e-falta-de.html?spref=tw.

Interceptor: Detalhes sobre a crítica ao fanatismo de direita -… http://inter-ceptor.blogspot.com/2013/08/detalhes-que-superam-critica-principal.html?spref=tw.

Interceptor: E o marco ideológico não entende a política no mun… http://inter-ceptor.blogspot.com/2013/07/e-o-marco-ideologico-nao-entende.html?spref=tw.

Quando a Esquerda resolve estudar…

Embora haja diferença estética em um curso de pós-graduação para petistas e aliados em relação ao que o MST disponibiliza para seus jovens integrantes (foto acima), o conteúdo ético é o mesmo lixo.

 


Acesse AQUI para conhecer o primeiro livro de Geografia Brasileiro claramente ANTI-MARXISTA.

E CLIQUE AQUI para saber como adquirir o seu.


 

Pedro Uczai, deputado federal pelo PT (sim, ainda há gente que se assume petista…) criou uma nova pós-graduação: “A Esquerda do Século XXI“. Bem… É estranho um título desses, ainda mais para um conjunto de ideologias que não conseguiu evoluir desde o século XIX. Eles não conseguem nem entender o passado, como é que vão propor algo para o futuro?

O curso já começa de forma deturpada quando vemos o uso de uma instituição pública, a UFFS (Universidade Federal Fronteira Sul) para estes fins partidários. Até hoje, petistas nos dão provas de como confundem ações partidárias ou de governo com a máquina do estado. O que é estatal ou público não deveria se prestar ao uso para fins particulares ou de legenda partidária. Se fosse um curso bem articulado, ele não pensaria apenas em termos de “esquerda”, mas em política em geral. Mas é difícil ensinar alguém que teve sua formação ideológica acima do ideal de república desde o início.
1ª) A Esquerda nos Séculos XIX e XX será o primeiro módulo da Pós-Graduação. Pois bem… Será que os “professores” irão repetir a coletânea de asneiras como faz Emir Sader ao chamar Lula de “o líder popular mais importante no mundo, mais universal, cujo som do nome passou a remeter a justiça social, a dignidade, a um mundo melhor e mais humano”? Piada? Pior que não. Emir Sader, realmente, escreve e defende isto, ignorando por completo a disfunção causada na economia esses anos todos. Ignorando por completo a corrupção bilionária causada pelo PT esses anos todos. Isto não importa para “quem trouxe dignidade”. Afinal, o que mais faz a Esquerda senão dar um novo e deturpado significado às palavras para justificar seus atos imorais, ilegais e injustos?

Chico Alencar, deputado do PSOL e Valter Pomar, do PT são os típicos hipócritas que posam com faixas “Diretas Já!” defendendo a representatividade popular – o povo tem que decidir nas urnas -, mas fizeram escárnio desse mesmo povo quando o Processo Constitucional de Impeachment foi votado. Democracia para essa gente, só serve quando favorece seus projetos pessoais e escusos de poder.

2ª) O segundo curso que fala sobre partidos políticos será ministrado por dois membros antípodas do PT, Dilma Rousseff e Olívio Dutra. Antípodas, exemplos contrários basicamente porque enquanto a primeira é a Primeira Dama em se tratando de corrupção, o segundo é, até prova em contrário… Seu oposto. Mas em uma coisa, que não é pouca, eles se equivalem, a incompetência.

Dilma teve um governo marcado pela instabilidade política e incompetência na área econômica. É possível levar um governo adiante com uma dessas características isoladas, mas as duas, ainda mais somadas a uma investigação de um megaprocesso de corrupção (o maior do mundo) e as maiores manifestações que já se viu no país (cerca de 4% da população foi às ruas protestar) foi o mix perfeito para derrubar a larapia. Olívio, por sua vez, fez um estado brasileiro, o Rio Grande do Sul entrar numa rota política de radicalização como nunca se viu, achando que apenas projetos tópicos de cunho socialista seriam suficientes para alavancar a economia de um estado em franca decadência. O descaso que teve com os investimentos levou à fuga de capitais, alguns provocados, como foi o caso da montadora automobilística Ford. Atitudes aparentemente infantis também marcaram um governo sumamente ideologizado que chegou às raias de estender uma bandeira cubana na sacada do Palácio do Piratini (sede do governo estadual) assim que assumiram. Tal qual o PT fez nos jardins do Palácio do Alvorada ao podar arbustos e flores em forma de estrela-símbolo do partido, o PT no RS foi alvo de um experimento propagandístico com ações de aparelhamento institucional que até hoje persistem.

Esses dois casos de Dilma, uma quadrilheira e Olívio, não envolvido em nenhum escândalo de corrupção nos provam que não precisa ser bandido para quebrar um estado, basta ser tolo o suficiente para desdenhar da ciência econômica e se deixar guiar pelas falácias ideológicas travestidas de programas econômicos.

(Continua…)

Anselmo Heidrich

E nossa auto-doutrinação? Não existe?

autodeterminacao
A autodeterminação consiste em lutar contra a doutrinação, mas especialmente contra aquela que se faz contra si próprio. 

Ótima matéria:

Seu cérebro prefere as notícias que lhe dão razão. Não gostou? Há provas http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/14/ciencia/1481728914_575054.html?id_externo_rsoc=TW_CC via @elpais_brasil

Só assim fica fácil entender fenômenos de quem defende uma “luta contra os poderosos”, mas fecha os olhos ao PT e, principalmente, ao “fenômeno Lula”, um criminoso e detentor de uma injustificável fortuna bilionária que ainda é visto como o “pai dos pobres”. Ou, mais longinquamente, enquanto soviéticos atacavam as democracias, nossos militantes de esquerda atuais ainda insistem em dizer que “o comunismo nunca existiu” e propõem um projeto de “socialismo democrático”. Mesmo admitindo que para se executar o socialismo tenha que se concentrar mais o poder discricionário na economia nas mãos deste organismo, o estado. Em suma, para que defendamos o ideal comunista, grau máximo da liberdade social (para o comunista, claro), tem que se concentrar (contraditoriamente) o poder nas mãos de uma elite tecnocrata durante um estágio intermediário, o socialismo.

AGORA pense no outro lado, que não significa, exatamente, “no contrário”. No Brasil atual, se admitirmos que alguém, autointitulado “de direita” significa, entre outras coisas defender a propriedade privada, a democracia representativa e o estado de direito teríamos então, uma grande gama de direitistas nacionais. Claro que há muito mais variações nesta categorização e não há unanimidade em certos pontos, especialmente no que se refere à democracia quando se trata de libertários. Mas, admitamos então que haja algo que possa ser definido como Direita, o que faz com que vote em alguém que desafia, frontalmente, alguns de seus pontos basilares:

  1. Que defenda um protecionismo de mercado nacional;
  2. Que se alie a governos claramente autoritários e estados plutocráticos;
  3. Que se utilize de uma retórica trabalhista constante (workers, workers…) e lance mão de artifícios populistas, como se vestir de garçom junto aos seus empregados etc.
  4. E, o pior, que eventualmente substitua o discurso de combate ao crime e, especialmente, ao terrorismo por uma valorização do que seja o “verdadeiro cidadão nacional” etc.

Certamente porque não prestou atenção no conteúdo, mas apenas na oposição que este candidato faz à esquerda.

RL

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

Acima ↑