Escute o episódio mais novo do meu podcast: Biden vs. Bolsonaro https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/Biden-vs–Bolsonaro-em2dhv Jair Bolsonaro não entende as declarações de John Biden e sua predileção por um dos candidatos prejudica em muito as relações saudáveis e pragmáticas que deveriam existir entre estados.
Interceptor

By Anselmo Heidrich – Colaborador Voluntário 25 de junho de 2020
Os incêndios florestais na região de Chernobyl marcaram o 34º aniversário do pior acidente nuclear mundial. Os fogos iniciaram no dia 3 de abril, no oeste da Zona de Exclusão*, que corresponde a um raio de 30 km em torno da usina desativada. O fogo se espalhou para florestas nas proximidades, na cidade-fantasma de Pripyat e a apenas 2 km de depósitos de lixo nuclear. Um homem de 27 anos foi preso pela polícia, acusado de ter iniciado as chamas, cujo transtorno exigiu o trabalho ininterrupto de centenas de bombeiros, caminhões, aviões e helicópteros por mais de dez dias.
Turismo afetado
Apesar do trauma sofrido décadas atrás e da perda da atividade econômica original da usina, ela se tornou um atrativo turístico, sobretudo após o documentário Chernobyl, de 2019, sobre o acidente nuclear. Com a destruição causada pelos fogos, o turismo na região foi duramente afetado, já que correspondia a boa parte da receita da região. Apesar da motivação em um desastre, que foi a explosão de um reator na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, a área se tornou um patrimônio histórico, do qual 1/3 das atrações turísticas foi destruído.
Após o desastre de Chernobyl, 350.000 pessoas tiveram que ser evacuadas da região e, consequentemente, a vida selvagem voltou com força. Os incêndios ocorridos este ano (2020) não foram uma tragédia exclusiva para os ucranianos, mas também para o meio ambiente local, que está em processo de regeneração.
Seca, poluição e radiação
A fumaça percorreu mais de 750km e atingiu a capital Kyiv, distante 100km dos fogos, o que a tornou a cidade mais poluída do mundo em meados de abril, superando cidades chinesas que ocupam o posto com frequência, como Hangzhou, Chongqing e Shangai. Além do lockdown** imposto pela crise pandêmica, os cidadãos de Kyiv tiveram mais um motivo para se resguardar em suas residências, com sua cidade atingida por um denso smog, diferentemente do ocorrido em várias cidades do mundo, cujo ar ficou mais limpo.

A maior preocupação era com a radiação que, apesar de ter aumentado nas proximidades da capital, foi considerada pelas autoridades como dentro da normalidade. Mas, próximo aos fogos, o nível radioativo se encontrava até 16 vezes acima do normal e, embora os fogos chegassem a apenas um quilômetro de distância da extinta usina de Chernobyl, com elevados níveis radioativos, dez dias antes de cessarem os fogos a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)considerou não haver mais risco à saúde: “‘Os recentes incêndios na Zona de Exclusão, perto da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, não levaram a nenhum aumento perigoso de partículas radioativas no ar’, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena”.
Países vizinhos poderiam ter sido afetados com a fumaça e nuvem radioativa, como a Rússia, cuja capital, Moscou, se situa a 800km a nordeste de onde ocorreram os incêndios. Tais fogos são normais nesta época do ano, mas combinados com uma seca, cujo inverno quase não apresentou neve, e mais fortes ventos, sua disseminação se tornou inevitável: “Os ventos fortes da segunda-feira tornaram os incêndios particularmente severos. Chechotkin, chefe do serviço de emergência, disse que os aviões de combate voaram 227 voos e despejaram 500 toneladas de água na segunda-feira para conter os incêndios e conseguiram impedir que se espalhassem para as usinas de energia ou para qualquer um dos locais perigosos ao redor. Incêndios violentos em Chernobyl são comuns e ocorreram nos últimos anos. Mas os incêndios deste ano foram os piores registrados, o produto de um inverno excepcionalmente seco que quase não viu neve”.

Segundo o comentarista Denys Lavnikevych (Dsnews.ua), “a Ucrânia enfrenta a seca há vários anos, com a escassez de água já diminuindo a produção de alimentos”, mas uma situação de fome é improvável, pois a escassez de água não atinge o país por inteiro, que conta com fatores geográficos favoráveis: “Do ponto de vista da geografia econômica, a Ucrânia é capaz de se alimentar em praticamente qualquer situação. O país é grande, a seca severa imediata em todas as regiões é improvável (e já choveu) e a população é relativamente pequena. Na ausência de exportações de alimentos, qualquer região isolada alimentará facilmente toda a Ucrânia”.
Riscos à saúde
Os incêndios podem ter cessado, mas o risco de contaminação não. Cinzas e demais partículas radioativas depositadas nos jardins e em áreas agrícolas podem afetar a produção alimentícia. Segundo Olena Miskun, especialista em poluição atmosférica da Ecodiya, um grupo de defesa ambiental, o principal risco vem da inalação, através da fumaça com partículas lançadas anos atrás do núcleo aberto do reator de Chernobyl. O lockdown adotado no país, com as pessoas em casa, circulando menos e usando máscaras, ajudou na prevenção da contaminação radioativa.
Os fogos duraram mais de 10 dias e foram completamente debelados no dia 14 de abril, cuja ajuda chegou com as chuvas. Segundo Yegor Firsov, Chefe do Serviço de Inspeção Ecológica da Ucrânia, o nível de radiação de fundo***, no caso, é a radiação natural encontrada no meio ambiente, e também “está dentro da norma”.
Incremento às tensões
As declarações mais temerosas de grupos ambientalistas contrastam com as do governo, que, apoiadas por analistas da área econômica, procuram passar tranquilidade após a tragédia ocorrida. Para quem acompanha a situação da Ucrânia, em particular com a guerra que o país trava contra grupos insurgentes no leste, problemas decorrentes da dinâmica climática parecem menores. Mas, consequências como crises hídricas combinadas a níveis de radiação elevados sobrecarregariam sistemas de saúde, ampliando os custos e dificuldades para a população das regiões afetadas.
Mais de 30 anos após o acidente de Chernobyl, a região ainda sofre suas consequências e organizações supranacionais atuam tentando minorar os problemas. A ONU continua trabalhando com os governos bielorrusso, russo e ucraniano para assistir às populações afetadas e um grande projeto de desenvolvimento dirigido pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), envolvendo 45 nações doadoras, destinou mais de 2 bilhões de dólares**** para a construção de uma estrutura de confinamento do reator danificado.
Com uma crise conjuntural, ampliada pela pandemia e períodos extremamente secos, o próprio território do país está na raiz de seus problemas estruturais. Sua localização e extensão, cobiçadas por nações vizinhas, também são seu trunfo e poder de barganha. Mas, para que a ajuda internacional se torne efetiva e duradoura, através de investimentos em projetos de desenvolvimento, as reformas que estabelecem a confiança internacional têm que avançar.
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Notas:
* A Zona de Exclusão em torno da ex-usina de Chernobyl foi criada para evitar possível contaminação radioativa que ainda exista na área. Ela corresponde a 2.600km2, com 30km de raio em torno da extinta usina.
** Importante diferenciar os conceitos para perceber que, na Ucrânia, as medidas de restrição à circulação de pessoas foram mais severas do que, por exemplo, no Brasil. O lockdown é uma versão mais rigorosa de restringir a transmissão do vírus, com o bloqueio temporário de todas as atividades consideradas não essenciais para a manutenção da vida e da saúde.
*** Radiação de fundo é encontrada, normalmente, em baixos níveis. Provém, na sua maior parte, da radiação originada dos raios cósmicos e de muitas outras fontes, inclusive do solo, o que pode variar bastante conforme o local.
**** 10 bilhões e 623 milhões de reais, na cotação de 19 de junho de 2020.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Incêndio na Zona de Exclusão de Chernobyl” (Fonte):
Imagem 2 “Fogos e plumas no dia 8 de abril, em direção a Kyiv” (Fonte):
https://earthobservatory.nasa.gov/images/146561/fires-burn-in-northern-ukraine
Imagem 3 “Fogos e plumas no dia 9 de abril, em direção a Moscou” (Fonte):
https://earthobservatory.nasa.gov/images/146561/fires-burn-in-northern-ukraine
Difícil não comentar. Primeiro, o Presidente da República acusa ONGs de incendiarem a Amazônia, sem prova nenhuma e depois, quando um grupo de fazendeiros do sul do Pará é descoberto fazendo isso, ZERO! Nada de pedido de desculpas ou retratação formal. Agora é a vez do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sim, o sujeito que disse ter estudado em Yale, famosa universidade americana, sem nunca tê-lo feito, usar uma foto do navio do Greenpeace de 2016 no Oceano Índico e INSINUAR que ele teria provocado o dito vazamento nas águas e praias do Nordeste!
Quem é que cria #FakeNews mesmo?
Leiam a matéria abaixo e antes de acusarem a Folha por ser Folha, me digam onde há alguma mentira ali. O único ponto em que discordo é de opinião, não fático, de que não havia razão para deter o grupo do Greenpeace Brasil que fez o protesto em Brasília. Sim, eles fizeram um protesto sujando o solo com óleo, o que é uma forma de poluição, ainda que diminuta se comparada ao que a Petrobras já fez ao longo de sua história. Mas chamá-losde “terroristas” por isso é abusar da alta de inteligência. Se o Greenpeace é terroista, o que a Vale e a Samarco são então? Como estão as pessoas e cidades afetadas ao longo do rio em que ocorreu a tragédia ambiental de Brumadinho, a queda da barragem em Minas Gerais? Não ouço dizer nada.
Mas o que mais me impressiona é o público apoiador deste governo, que divulga mais as falas inconsequentes do Ministro e do Presidente, ávidos por encontrar um culpado qualquer do que o FATO em si e tomada de MEDIDAS. Agora, p.ex, deram para cobrar atuação do Greenpeace e outras ONGs no Nordeste para conter o óleo nas praias, mas as ONGs não eram o problema do meio ambiente? Querem ajuda delas agora ou apenas acusarem de não estar fazendo nada? E o Projeto Tamar, não é uma ONG, por acaso? Eles estão atuando intensamente na recuperação das praias e preservação de suas espécies.
Difícil não comentar e mais difícil ainda esperar por seriedade e profissionalismo neste governo.
Anselmo Heidrich
25 OUT. 19
*Para quem acho que passo pano para o Greenpeace, está redondamente enganado. Acho que eles têm que ser processados por seus crimes sim, mas por seus crimes REAIS, como, por exemplo:
Sobre o Greenpeace / About Greenpeace https://inter-ceptor.blogspot.com/2012/06/sobre-o-greenpeace-about-greenpeace.html?spref=tw
Conferir a matéria da Folha de S. Paulo aqui: Salles usa imagem antiga para insinuar que Greenpeace seria culpado por óleo no NE https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/10/salles-usa-imagem-antiga-para-insinuar-que-greenpeace-seria-culpado-por-oleo-no-ne.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw
Imagem: “Esperanza, navio do Greenpeace”(fonte): https://www.flickr.com/photos/fabricedenisphotography/25634116957
Não se perca quando estiver falando sobre “crise ambiental”. Existem 2 DEBATES, DUAS SEARAS bem diferentes. Normalmente, estamos debatendo em um nível diferente da ciência de verdade e o que mais temos hoje em dia são charlatães que enganam os outros e a si próprios. Confira porque lendo o comentário abaixo…
Imagine um OVO, no qual a gema seja a hard science, física, climatologia, geologia etc. que com seus métodos discute o problema, o Aquecimento Global (AG) e procura comprovar se ele é ou não verdadeiro e se, especificamente, o Aquecimento Global Antropogênico (AGA) é que predomina e pior, quando começa um e termina outro. Para cada lado dessa contenda existe gente séria, que pesquisa de verdade.
Agora pense na clara, ela é a sociedade e na sociedade existem cidadãos, interessados ($$$) ou não, indiferentes e também pesquisadores de outras áreas (humanas) e políticos. Captou? Vamos começar pela parte científica, a ciência que estuda como esse conhecimento se formou através de interações e política é a Sociologia do Conhecimento. Quando um sujeito diz algo como “a ONU está por trás da tese aquecimentista” ele esboça, se for humilde, uma hipótese ou se for arrogante, um veredito. Mas em ambos os casos esquece que o grande chefe de estado que trouxe o AG como questão de segurança nacional foi ninguém menos que Margareth Hildah Thattcher (bugou a cabeça do direitista agora). Sim, isto mesmo. Mas depois a tese foi apropriada pela esquerda ao atribuir como grande culpado/causador, o sistema de produção capitalista. Eles se apropriaram falando mais do assunto, o que fez a direita burra? Se apequenou e passou a dizer “quem fala sobre isso é esquerdista”. Então, o primeiro passo para “confrontar” a tese é negá-la. Tu podes (e eu respeito) discordar expondo teus argumentos, mas simplesmente negar é covardia intelectual. Melhor é fazer como eu e dizer, “não sei, sou um ignorante da área”, o que sou mesmo. Agora, a direita se reapropriou do tema dizendo o seguinte, “eles querem que paremos de nos industrializar, por isso querem que criemos reservas” (Ricardo Felício é um dos que repete essa merda). Só que para quem não sabe, não é só país rico que pode “parar de produzir”. Na verdade, eles não param… Desde Kyoto funciona assim: todos temos cotas para produzir, mas seu eu produzo menos do que tenho disponível de espaço, eu vendo minha cota em determinado período (ano). Isto se chama Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e é justamente por isso que a biomassa florestal cresceu em países como a China, Índia e também na Europa Oriental, Canadá, EUA etc. Entendeu como isso dá dinheiro? “Ah! Mas é dinheiro baseado numa mentira…” Não sei, eu não sei, tu não sabes, na verdade, ninguém tem certeza, mas isso não é o determinante. Vamos lá…
O que alegam levar ao AG são as emissões de gases-estufa, dentre eles, o CO2. Bem, no topo do ranking, EUA, China e Brasil próximo. Por que nós? Porque quando desmatamos a floresta, menos retenção do carbono ocorre (as árvores sequestram carbono no seu crescimento). Veja… Isto é uma teoria, bastante aceita e só. Ou seja, se usamos o MDL (descrito acima) iremos ganhar dinheiro, bastante diga-se de passagem. “Ah! Mas e quando quisermos crescer além da cota??? Eles vão nos impedir???” Não, apenas vamos dizer que neste ano que vem não queremos mais participar e se quisermos ser bandidinhos também quebramos o acordo e ficamos com a grana, mas não recomendo isto para não ter nenhuma sanção a vista.
A matriz energética mundial é térmica de combustíveis fósseis, se não me engano, cerca de 70%. Se pudermos substituir por gás natural, a emissão de carbono cai para uns 70% também, ou seja, uma brutal queda na emissão de poluição iria ocorrer. Mas aqui, como pensaria uma ambientalista radical tipo Greta? “Ainda vai poluir.” Sabe o que dá raiva? Essa gente não entende que “o ideal é o inimigo do bom”, que trata-se de uma transição e nesta, quanto mais pudermos avançar, melhor. No futuro próximo, quem sabe, poderemos substituir completamente essa matriz de combustíveis. E tem como? Tem.
Hidroelétrica? Não. Exceto países como o Brasil, muito úmidos, com elevada pluviosidade e relevo irregular (planáltico) para termos vazão suficiente, não há como coalhar usinas hidroelétricas em grandes planícies como na Europa ou outras regiões do globo. Nem países de climas desérticos, como grande parte da Austrália é ou muito secos em boa parte do ano, como a Rússia, Canadá, China ou EUA podem garantir que esta seja a principal fonte energética. Não, eles não têm o privilégio ambiental do Brasil. Então…
Solar e eólica? Não e não. Pelos mesmos motivos. Ainda que tenhamos melhorado muito no armazenamento de energia com novas baterias, não há insolação full time no mundo nem é possível “estocar vento”, então essas fontes são complementares apenas;
Biomassa? Não. Exceto se você quiser desmatar mais para expandir a área de cultura de cana ou milho derrubando florestas ou enchendo o solo de químicos (agrotóxicos) para elevar a produtividade. Mas é útli como complemento.
ENTÃO, O QUÊ JÁ QUE DÁ?
Olhe para o passado e veja o que foi a tendência até os anos 70. A ENERGIA NUCLEAR. Esta é a mais “democrática” e ao alcance de todos. “Ah! Mas e os riscos envolvidos?” Bem… Viver é um risco, mas melhoramos muito depois de Chernobyl. Tem que se avançar na tecnologia e normas de segurança, o que já melhorou bastante.
Isto é um debate racional e não ficar acusando alguém de ser culpado, de “roubar sonhos” etc. (How dare you? How dare you?) Na verdade, me parece, que essa menina foi utilizada como antípoda ao Bolsonaro, ela é jovem, ele, velho, ela é mulher, ele homem, ela é uma jovenzinha sensível e consciente, ele um carrancudo conservador. Colega, tu percebe que tudo não passa de um show em que extremistas se deleitam com nossa falta de bom senso e razoabilidade?
Anselmo Heidrich
26 set. 19
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Imagem “Receita de ovo frito” (Fonte): https://mdemulher.abril.com.br/receitas/ovo-frito/
George Walker Bush 10
VS.
Jair Messias Bolsonaro + Donald John Trump 0
Por quê?
Vamos aos exemplos, nada melhor do que os exemplos:
Em agosto de 2018 a Califórnia ardeu em incêndios e o presidente Trump culpou a legislação ambiental por obrigar a desviar águas do estado para o Oceano Pacífico.* Até faria sentido, se fosse o caso… Na verdade, a utilização das águas serve a vários setores no estado californiano, inclusive como reserva para áreas naturais estratégicas e, em último caso, o que sobra é desviado para o oceano (verificar link da matéria citada na nota abaixo). Por fim, como “bom político” que é ignorou o que disse após ser corrigido e insistiu culpando o governador da Califórnia, Jerry Brown por desviar águas para o Pacífico. Ou seja, Trump é do tipo que pego no flagra continua negando até o fim, simplesmente negando e caluniando os demais.
Quando pensamos no “Trump brasileiro”, como gosta de se auto-denominar Bolsonaro, dá até para desconfiar que haja um assessor comum para ambos.
* Veja aqui a série de bobagens tuitadas sobre os incêndios florestais pelo presidente Trump: Tuíte de Trump sobre incêndio mortal na Califórnia “incendeia” internet https://exame.abril.com.br/mundo/tuite-de-trump-sobre-incendio-mortal-na-california-incendeia-internet/ via Exame
Bolsonaro, como sabemos, cogitou que ONGs pudessem ter ateado fogo na Amazonia e tudo que se sabe até o momento foi que, aliado ao período normal de seca para a região, produtores locais combinaram de provocar incêndios. Ao que um dos mandantes já foi preso sob esta acusação,* sem quaisquer envolvimentos com ONGs como foi sugerido pelo Presidente.**
* Suspeito de provocar incêndios em áreas de floresta, no Pará, é preso | Jornal Nacional | G1 https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/08/29/suspeito-de-provocar-incendios-em-areas-de-floresta-no-para-e-preso.ghtml .
** Homem preso por incêndio no Amazonas não foi pago por ONGs ou movimentos sociais https://aosfatos.org/noticias/homem-preso-por-incendio-no-amazonas-nao-foi-pago-por-ongs-ou-movimentos-sociais/ #factchecking
Mas nós teríamos algum líder mundial que seja uma referência no tratamento a esta questão? Temos sim, ou melhor, tivemos e ele se chama George W. Bush, presidente dos Estados Unidos entre 2001 e 2009. Em eu escrevi o seguinte artigo para o site Mídia Sem Máscara:
Bushfire
por Anselmo Heidrich em 24 de janeiro de 2004
Resumo: Já faz algum tempo a notícia soava como escândalo, Bush quer cortar árvores para impedir incêndios e uma chuva de spams, mais tentando incendiar do que apagar a proposta do presidente americano se disseminou pela web.
© 2004 MidiaSemMascara
Já faz algum tempo a notícia soava como escândalo, Bush quer cortar árvores para impedir incêndios e uma chuva de spams, mais tentando incendiar do que apagar a proposta do presidente americano se disseminou pela web. Ironias dos internautas como mais uma “solução genial de Bush”, associadas às contumazes “falhas” e “lapsos” de jornalistas eram algumas gotas no oceano de calúnias que se tornou comum em torno do nome de Bush.
Enquanto nossos jornalistas tupiniquins entendem que “podar” pode significar o mesmo que “cortar” árvores, para a engenharia florestal não é bem assim. Há uma sensível diferença entre cortar totalmente a árvore impedindo que ela cresça e poda-la nos galhos impedindo que um incêndio se alastre pela mata. Mas como se diz por aí, uma calúnia é como a cinza jogada ao vento que ninguém consegue agarrar:
“O presidente americano, George W. Bush, defendeu nesta segunda-feira seu plano de cortar árvores de florestas nativas (…)” e “nós devemos podar nossas florestas”
(AFP/notícias UOL, 11/08/2003).
Mas como o ambientalismo é cheio de contradições, não me surpreendeu quando lia Ecologia do Medo de Mike Davis, um professor de teoria urbana californiano e, claramente ligado aos movimentos da esquerda americana. O livro é basicamente uma crítica à especulação imobiliária da Califórnia Meridional, mas não deixa de ser coerente quanto à pesquisa factual. Independente das conclusões que Davis possa tirar, isto não me impede de utilizar seus próprios dados que, justamente, pela sua afiliação ideológica, me deixam a vontade para usa-los, ou seja, usar o veneno da esquerda contra ela própria.
Por que é importante ter um plano de manejo ambiental como proposto por Bush? Acho que os dados abaixo, levantados por Davis, falam por si:
TEMPESTADES DE FOGO EM MALIBU, 1930–96
Ano e mês Localidade Hectares Residências Mortes
1930, outubro Potrero 6.000
1935, outubro Latigo/Sherwood 11.554
1938, novembro Topanga 6.700 351
1943, novembro Woodland Hills 6.200
1949, outubro Susana 7.710
1955, novembro Ventu 5.106
1956, dezembro Sherwood/Newton 15.165 120 1
1958, dezembro Liberty 7.215 107
1970, setembro Wright 12.500 403 10
1978, outubro Kanan/Dume 10.100 230 2
1982, outubro Dayton Canyon 22.000 74
1993, novembro Calabasas/Malibu 7.500 350 3
1996, outubro Monte Nido 6.000 2
Total 1636 16
Mais pequenos incêndios aprox. 2.000
[Fonte: Registros do Los Angdes Fire Department.]
Tais dados poderiam ser negados por quem quer que seja como trágicos? Isto significa encampar a tese da destruição completa das florestas para manutenção das habitações? Não, pois não é disto que se trata, mas da simples poda das árvores embasada em técnicas de engenharia florestal para evitar desgraças humanas e compatibilizar um equilíbrio entre sociedade e ambiente.
Pode se observar nas fotos de satélite da NASA os últimos incêndios californianos em novembro passado:

Mas se os socialistas travestidos de ambientalistas são tão bons para criticar as propostas republicanas de manejo ambiental, o que proporiam a isto?

Os focos em vermelho correspondem aos incêndios na fronteira amazônica entre Brasil e Peru de setembro passado que são bem, mas bem mais intensos que os fogos norte-americanos.
A origem desses fogos é a mesma que provocou o mega-incêndio de 1998. À época, nossa “sensata imprensa” noticiou que uma área equivalente à Bélgica, baseando-se em imagens de satélite que retratavam a fumaça. Se, é verdade o dito popular que “onde há fumaça há fogo”, não é verdade no entanto, que a extensão do fogo é a da própria fumaça. A área queimada na Amazônia brasileira foi enorme sim, mas não do “tamanho da Bélgica” e sim equivalente à área urbana da cidade de São Paulo. Também não foi verdade que este mega-incêndio ocorreu em área florestal, mas em savanas[1], o cerrado de Roraima (llaños, como são conhecidos na vizinha Venezuela), tendo se expandido para as matas posteriormente.
Os ambientes mediterrâneo do sudoeste americano e superúmido da alta floresta amazônica são muito distintos, necessitando de manejos distintos — a poda não seria possível em nosso caso. Mas o que se vê é uma falta generalizada de informação, pressa na apresentação dos fatos e dados e um “molho crítico” de um esquerdismo que beira a infantilidade. Se Bush propõe uma solução passível de crítica por técnicos e especialistas do setor, não se quer saber, pois ele pode levar algum crédito com isto. Se no Brasil, malgrado ano de El Niño, fenômeno climático que provoca anomalias climáticas globais, muito difundido e pouco entendido, coincide com a estação das queimadas, a culpa é totalmente do governo que não faz nada. Ou seja, a população local com suas técnicas arcaicas, num passe de mágica, é totalmente isenta de sua responsabilidade. E se as ONGs ambientalistas, líderes europeus, a própria ONU sugerem que a própria Amazônia brasileira (e dos países vizinhos) deva ser administrada por uma comissão internacional, nada parece indignar nossa incauta imprensa ávida pelo antiamericanismo que ajuda a engrossar._
O que nossos militantes cegos pelo ódio aos EEUU lembram? De uma mentira amplamente divulgada na internet, um conhecido hoax que volta e meia retorna, de um suposto livro de geografia escrito para o ensino médio nos EEUU que defende a Amazônia como área de controle internacional sob um projeto da ONU[2].
As queimadas (“coivara”) consistem numa ancestral e tradicional técnica indígena herdada pelos colonos pobres de preparar a terra para o plantio, inclusive de pastagens que devastam a biomassa. Não se trata de “grande capital” ou de “descaso da civilização capitalista”, mas de falta de adequação às técnicas de produção modernas e hipocrisia ambientalista que sustenta a exploração ambiental em moldes ultrapassados.
Talvez Bush tivesse alguma boa idéia para nós já que os próprios ambientalistas se perdem em informações falsas e análises tendenciosamente espúrias.
Links possivelmente “quebrados”:
[1] http://hps.infolink.com.br/psenna/roraima.htm
[2] http://www.quatrocantos.com/lendas/54_amazonia_finraf.htm
Imagem de destaque: “fogos na Amazônia em agosto de 2019” (fonte): https://en.m.wikipedia.org/wiki/File:Amazon_fire_satellite_image.png
Atualmente, as florestas da Ucrânia sofrem alterações de ordem antrópica, isto é, pelas influências e impactos gerados pela sociedade ucraniana e global. Como qualquer formação vegetal, elas dependem da disponibilidade de água, porém, de acordo com o cenário de mudança climática disponibilizado pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climática ( IPCC, na sigla em inglês)* da ONU, o clima se encontra mais quente e seco.
As florestas temperadas** do Hemisfério Norte vêm sofrendo ameaças e alterações, particularmente desde o século XX, e as mudanças climáticas têm provocado secas sem precedentes, piora da poluição atmosférica, dos solos e contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Destaca-se que as formações vegetais ucranianas são típicas de umde latitude média***,isto é, uma transição de vegetação xerófita**** para as florestas mais úmidas. Nessas condições, o desmatamento e o uso intensivo da agricultura tornam os ambientes mais secos.
Cerca de 16% do território ucraniano é coberto por florestas e sua distribuição varia muito com a proximidade do Mar Negro e das montanhas nos Cárpatos e Crimeia, complementarmente, as chuvas que se formam pela condensação da umidade devido às barreiras do relevo é que são propiciadas à vegetação florestal. Além disso, a expansão das áreas urbanas e atividades econômicas, como a agricultura e a mineração, levam à formação de florestas secundárias, que são aquelas que ressurgem em áreas desmatadas, após serem abandonadas pela atividade madeireira. Essas florestas ucranianas podem ser divididas em dois grupos:
· Cinturões verdes ao redor de cidades e centros industriais (37,6%), “ matas ciliares”, que são aquelas que margeiam os rios (11,4%), florestas de controle de erosão do solo (que retém o solo frágil com suas raízes) e quebra-ventos (30,4%), cinturões florestais ao longo de estradas e ferrovias (6,9%), florestas de resorts etc., que servem à preservação;
· Florestas para silvicultura (13%), que servem à atividade de extração vegetal tradicional, ou com maior aporte tecnológico, cuja colheita limitada de madeira é permitida.
Alguns países têm se empenhado no plantio de florestas para fins econômicos ou de regeneração e a Ucrânia é um deles. Ao todo, 50% deste tipo de vegetação é de floresta plantada (onde não existiam) e reflorestadas (como reposição de áreas que foram afetadas). A importância desta vegetação se dá, inclusive, para as terras agrícolas onde espécies animais autóctones mantém o equilíbrio de áreas produtivas, contendo pragas agrícolas como sua fonte de alimentação. Em um país com a maior parcela de terra arada na Europa, 53,8%, das quais mais de 1/3 sofrem com a erosão hídrica (rios, chuva) e eólica (ventos), as florestas diminuem sensivelmente este risco ao servirem como barreira às enxurradas, aos ventos, e absorvendo o excesso de umidade.
As soluções estão ocorrendo no país, como a transição do setor florestal para o desenvolvimento sustentável, mas o manejo florestal requer uma elaboração especial dentro da silvicultura. No entanto, a maior parte das florestas na Ucrânia, cerca de 70%, são manejadas pelo Comitê de Silvicultura do Estado Ucraniano( USCF, na sigla em inglês) como parte do Ministério de Ecologia e Recursos Naturais, de forma que, novamente, a estabilização política na Ucrânia é essencial para o desenvolvimento sustentável dos sistemas agroflorestais.
No contexto ucraniano, a mudança política e econômica essencial ocorrida após os anos 90 e a operação militar no sudeste do país levaram à estagnação e declínio da governança ambiental. Em parte, devido aos ataques que avassalam a paisagem e ceifam vidas de ucranianos de diferentes origens, de outra, devido à cessão das atividades de preservação e manejo.
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Notas:
* Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas é uma organização criada em 1988 pela ONU, que objetiva divulgar os conhecimentos científicos, sobretudo na área da climatologia, para sugerir e elaborar políticas públicas como forma de mitigação ou até resolução dos problemas gerados pelos impactos ambientais de ordem global.
** Florestas temperadas correspondem à Vegetação Superior, como são classificadas as florestas situadas entre a linha do Trópico de Câncer no Hemisfério Norte e de Capricórnio no Hemisfério Sul. São formações vegetais diversificadas, já que algumas situam-se em áreas bastantes úmidas, outras mais secas, entre a Eurásia e a América do Norte. Mas ambas têm em comum a presença das quatro estações do ano bem definidas. *** **** Vegetação xerófitaou xerófila corresponde às formações adaptadas à aridez ou semi-aridez climática. Adaptam-se à escassez de água, com raízes compridas e folhas pequenas para menor perda de água através da transpiração. Também existem as formas xerófitas adaptadas aos ambientes úmidos, porém salinos. de latitude média é quando diferentes formações vegetais entram em contato criando áreas de transição bastante diversificadas, no caso, em Latitudes Médias, isto é, nem Baixas, próximas ao Equador, nem distantes em áreas polares e subpolares.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Floresta Ucraniana” ( Fonte): https://pxhere.com/en/photo/1288653
Imagem 2 “Confluência dos rios Lopan e de Kharkov na cidade de Kharkov,2008” ( Fonte): https://en.wikipedia.org/wiki/Kharkiv
Originally published at https://ceiri.news on June 26, 2019.
Imagem: Pinheiro do Paraná (Wikipedia).
Faz algum tempo fiz algo raro para os dias atuais: comprei uma revista na banca. Encadernação luxuosa, a Revista de História Catarina em edição sobre “História Ambiental de SC” me deixou curioso, pois é um tema raramente tratado por historiadores, embora exista uma tradição disto, especialmente no exterior.
Como adquiro livros e os deixo em stand by para ler, até anos depois, com esta revista não foi diferente. Havia lido uma matéria sobre o desaparecimento das lagoas catarinenses, processo ligado ao assoreamento em que a urbanização e retilinização dos canais eram apontados como causadores. Mas… Quando fui ler a matéria principal, sobre as secas de 2003-2004, 2007-2008 e 2011-2012 relacionando-as com o fenômeno climático La Niña, que corresponde ao resfriamento das águas do Oceano Pacífico (ao contrário do El Niño) achei que estava lendo um artigo, realmente, científico focado no assunto. Enganei-me…
Nas suas seis páginas lá estavam as descrições generalistas dos danos causados pelas secas e suas causas. Dentre elas, o desmatamento. Até aí, ok, desmatamento leva ao empobrecimento do solo e dependendo da atividade que substitui a cobertura vegetal há um uso mais intenso da água. O desmatamento também pode diminuir a umidade local, que influencia no clima regional produzindo menos chuvas, mas a área reflorestada não é causa disto, até onde sabemos. E o reflorestamento para fins comerciais é necessário para que não se desmate a vegetação superior (florestas) remanescente.
Na metade do artigo, lá pela 4ª página começa a ladainha que aponta as causas das secas “pela introdução contínua de métodos capitalistas de produção”; “não há lastro para expansão de fronteiras agrícolas”; “este panorama produtivo, orientado para uma pecuária artificial sustentada por uma oligocultura para ela dirigida, é altamente insustentável ambientalmente”; “políticas públicas carentes de um planejamento adequado, costumeiramente direcionadas a facilitar a autorreprodução do capital”; “as calamidades resultavam da contraditória relação homem/natureza”; e como se não bastasse essa enxurrada de bordões de esquerda marxista, o autor conclui:
“Os registros de estiagens no Oeste, assim como o registro de outros desastres ambientais, têm crescido em decorrência da ação antrópica, com o aumento da população e a introdução de técnicas e utilizações dos solos, voltadas para a produção capitalista.”
Esta é a súmula e no parágrafo seguinte, como se fosse uma decorrência natural do capitalismo, o autor adiciona:
“Dentre as mudanças na paisagem que contribuem para o recrudescimento das estiagens, há que se destacar a aglomeração de edificações, a impermeabilização do solo e a poluição atmosférica, nos ambientes urbanos; a compactação do solo, o assoreamento dos rios, o desmatamento, e as queimadas, nas áreas rurais.”
Edificações decorrem do aumento populacional, não necessariamente do capitalismo. Ainda assim, pode se ter edifícios com mais áreas verdes intercaladas, o que não deixa de valorizar os imóveis diga-se de passagem, como apreciam os capitalistas (😂).
Impermeabilização do solo tem soluções fáceis e conhecidas, com a substituição de mantas asfálticas por lajotamento e paralelepípedos. As empresas não deixarão de existir, nem uma revolução comunista será necessária para isso.
As queimadas (coivara) em áreas rurais é tradição indígena adotada pelos colonos, não é prática do agribusiness. O que tem a ver o capitalismo com isso?
Assoreamento dos rios seria sensivelmente reduzido, caso houvesse uma melhor fiscalização por parte dos agentes ambientais e penalização pecuniária salgada e regular que adestre o agente produtivo criando incentivos à preservação parcial. O que, aliás, em uma perspectiva inter-temporal redunda em lucro, pois evita agregação de custos de fertilização e desassoreamento necessários.
A compactação dos solos pode ser evitada com o rodízio de culturas, técnica medieval.
Essas e outras causas antrópicas podem ser discutidas pela perspectiva TÉCNICA e não, IDEOLÓGICA ou SOCIOLÓGICA, como propõe o autor. Acontece que autores marxistas são reféns do método que advoga a TOTALIDADE. Só que por “totalidade”, eles entendem uma determinação imaginada por Karl Marx, com todos os eventos sociais, sim TODOS, inclusive as técnicas produtivas decorrentes da necessidade de acumulação capitalista e destruição ambiental. Para quem acha que estou imaginando, o próprio autor é quem diz quando:
“[A]s ações humanas (…) são frutos de demandas socialmente determinadas, não podem ser separadas das questões ecológicas, como se o meio ambiente não fosse transformado e formatado pelo Homem e como se este fosse um ser supranatural.”
Aqui fica clara a tentativa de domar a ciência ecológica à teleologia marxista, de que tudo que existe de destrutivo ou impactante decorre de um ciclo de expansão capitalista, como se esta mesma destruição inexistisse no mundo socialista ou que inovações menos impactantes, sustentáveis, tecnologias limpas não fossem criadas, justamente, no capitalismo.
Em suma, esta é a verborragia que vem em papel couché, com financiamento de empresários catarinenses que querem posar para fotos publicadas junto ao editorial de uma revista, cujas páginas eles sequer entendem e que alguns desavisados saem repetindo, doutrinariamente, como papagaios e arautos do fim do mundo. Este é o lixo reproduzido nos cursos de humanas de universidades públicas.
Urge privatizá-las e urge a nós, que vomitamos com tudo isto estabelecermos nossos próprios think tanks independentes que não se limitem a repetir cânones liberais (na economia) e conservadores (na cultura), mas que vamos além, propondo um diálogo com os especialistas de áreas técnicas para um trabalho de media watch não limitado ao jornalismo, mas que alcance e desmistifique essas produções pseudo-científicas.
Faço isso há anos, mas preciso de parceiros… Quem vem comigo?
Precisamos de subsídio e não me refiro à grana, não quero criar mais um meio de enriquecimento e formação de clubinho fechado, igrejinha ideológica. Preciso de parceiros para local de palestras, alguém que saiba filmar e editar vídeos e se proponha a fazer um trabalho de formiguinha em conjunto para destruirmos esta hegemonia obscurantista.
Se quiserem, contatem-me por aqui mesmo ou via e-mail: aheidrich@gmail.com
Anselmo Heidrich
2 fev. 19
Ricardo Felício
“Bolsa de apostas O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), incluiu o professor de geografia Ricardo Felício entre as opções analisadas para o Ministério do Meio Ambiente. O nome do ex-procurador Paulo de Bessa Antunes, especialista em direito ambiental, também está em avaliação.
“Tudo mentira Professor da Universidade de São Paulo, Felício considera o aquecimento global uma farsa criada por cientistas e organismos multilaterais. Seu currículo foi analisado por colaboradores de Bolsonaro, e ele tem simpatia do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito.”
Isso já era previsível e não que eu não ligue para a questão, mas estamos lidando com extremos. Agora temos um grupo que acha que o assunto merece uma reação inversa. Antes nós tínhamos um grupo que achava que a fiscalização, multa e tributação eram suficientes. Não vejo solução em nenhuma dessas perspectivas.
Imagine um profissional capaz de montar uma equipe com experiência de MP em causas ambientais e de empresas ligadas ao setor? Capaz de depurar preocupações ambientais legítimas (extinções, equilíbrio homeostático etc.) com meios de desenvolvimento econômico que permitam a resiliência dos sistemas (hidroelétricas que permitam o percurso de espécies nos rios, mesmo que em menor quantidade etc.).
Agora, em termos mundiais, o que isto tudo representa? Os principais fatores ligados à emissão de gases-estufa continuarão ocorrendo. Olhe para todos os conflitos mundiais atuais em larga escala, eles são por causa das reservas de hidrocarbonetos. Tu acha mesmo que irão parar ou substituir? O que pode ser feito é minimizar o problema, mas não substituir integralmente as fontes. Rússia e O. Médio continuarão exportando petróleo e gás baratos, EUA, Europa e China continuarão importando em larga escala.
No caso específico do Brasil, um dos fatores são as queimadas. Aqui mesmo no meu bairro, elas são frequentes. No interior do RS, agricultores e pecuaristas o fazem e alegam que obedecem normas ambientais, enquanto que os MPs negam. Simplesmente, não conseguirão fiscalizar e multar a todos e as consequências ocorrerão, como aliás já estão ocorrendo.
Anselmo Heidrich
06 dez. 18