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Anselmo Heidrich

Defendo uma sociedade livre baseada no governo limitado e estado mínimo.

Categoria

Interceptor

Sou ínfima parte do grande todo.

Sim; mas todos os animais condenados a viver,

Todas as coisas sensíveis, nascidos segundo a mesma lei implacável,

Sofrem como eu e também morrem.

O abutre aperta sua tímida presa,

E golpeia com o sanguinário bico os trêmulos membros:

Para ele, parece, está tudo bem. Mas pouco depois

Uma águia faz o abutre em pedaços;

A águia é trespassada por setas do homem;

O homem, caído na poeira dos campos de batalha,

Misturando seu sangue com companheiros agonizantes,

Torna-se, por sua vez, o alimento de pássaros vorazes.

Assim o mundo todo geme em cada membro,

Todos nascidos para o tormento e para a morte mútua.

E sobre este horrendo caos você diria

Que os males de cada um formam o bem de todos!

Que bem-aventurança! E quando, com voz tremula,

Mortal e lamentavelmente você grita “Tudo bem”,

O universo o desmente, e o seu coração:

Refuta cem vezes a sua presunção.

Qual é o veredicto da mente mais ampla?

Silêncio: o livro do destino está fechado para nós.

O homem é um estranho para com sua própria pesquisa;

Não sabe de onde vem, nem para onde vai.

Átomos atormentados num leito de lama,

Devorados pela morte, um escárnio do destino

Mas átomos pensantes, cujos olhos que enxergam longe,

Guiados por pensamentos, mediram as fracas estrelas.

Nosso ser mistura-se ao infinito;

A nós mesmos, nunca vemos ou chegamos a conhecer,

Este mundo, este palco de orgulho e do errado,

Está cheio de tolos doentes que falam em felicidade.

Certa vez cantei, em tom menos lúgubre,

Os belos caminhos da regra do prazer;

Os tempos mudaram e, ensinado pela idade que avança,

E participando da fragilidade da Humanidade

Buscando uma luz em meio à crescente escuridão,

Só me resta sofrer e não irei reclamar.

(VOLTAIRE)

Adeus, Nei!

Ontem assisti ao show de Nei Lisboa no teatro do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Fui com saudosismo… Porto Alegre, Bomfim, Av. Oswaldo Aranha, toda atmosfera dos anos 80, mas não esperava o que assisti, não no grau que vi…

Eu já sabia da postura de esquerda do músico, não tão acintosa, mas o que vi e ouvi foi, praticamente, uma campanha para a presidência de Luís Inácio Lula da Silva. Calma, eu entendo sua repulsa à Jair Messias Bolsonaro, que também é a minha, um presidente que veio com o discurso liberal, mas tudo que fez foi garantir o conservadorismo dos privilégios, aumentando ministérios, fundo eleitoral e criando estatais. Acontece que o repúdio à Bolsonaro não deveria cegar ninguém aos erros técnico-administrativos, roubos explícitos e arrombos implícitos do estado brasileiro, nosso mercado e instituições praticado nas gestões petistas.

As letras intimistas falando de um passado e cenário de uma capital que se deteriorou em sucessivas administrações das prefeituras do PT deram lugar a uma ode ao imaginário do próprio partido que colocou uma pá de cal no estado gaúcho com os governos de Olívio Dutra e Tarso Genro. Sinceramente, não sei se o pior do PT é quando eles “agem certo”, sem roubar, lesar e desviar, mas conduzindo a economia para seu definhamento com políticas econômicas burras ou quando agem como “bons políticos latino-americanos”, com o selo da corrupção em forma de estrelinha.

E o público, de 50 anos pra cima, meus contemporâneos carregando um ou outro filho ou neto, em sua iniciação. Não vi nenhum “mal vestido”, com roupas baratas ou velhas e, pra dizer a verdade, tinha muita dona ali com roupa de grife de lojinha de shopping, que só encontra nelas mesmo. Pra quem não entendeu, roupas caras. Isso mesmo, a galera que ficava berrando “revolução!” no meio do show adora uma marca exclusiva fabricada sabe-se lá onde no extremo oriente, em algum “novo tigre asiático” onde o capitalismo fincou seus pés, mas etiquetada por aqui para pagar mais caro e assim, se distinguir do coletivo. Eu chamaria de hipocrisia se soubesse da sua intencionalidade, mas como sei que a maioria nem tem a mínima ideia de sua contradição chamo de burrice mesmo.

Do centro cultural de Porto, que é o Bomfim, carinhosamente chamado de “Bomfa” pelos “magrinhos” (jovens, mas agora anciões) de Porto Alegre veio a nata, cuja grossa parcela inunda os corredores dos departamentos de Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que naquela noite amassaram as poltronas acolchoadas do teatro para elite intelectual criticando a excrescência política que é este bizarro governo Bolsonaro, mas esquecendo que não fosse justamente por ele, o natimorto PT dificilmente voltaria à cena política nacional. Em certo sentido, Lula deveria erguer uma estátua para Bolsonaro, por este ter sido seu principal cabo eleitoral. Na verdade, um não existe sem o outro. E, enquanto este circo se descortina, a inflação galopante, desindustrialização, burocracia, sanha legislativa e carga tributária atuam como placas tectônicas esmagando todo resto de esperança que ainda existe para ver este país dar certo ainda em nossa curta expectativa de vida.

Ao terminar o show, o significativo símbolo do “L”, de “Lulalá”, em contraposição à “arminha” do Presidente da República, este que ora acende uma vela para o deus evangélico da igreja “Templo é Dinheiro”, ora acende outra para o Belzebu do Congresso Nacional. Quando vi esta cena caiu minha ficha na hora, “esta é a história que irá ficar”, cantada pelo sentimento de rebeldia infanto-juvenil por Srs. de próstata inchada e Sras. com calorões em plena menopausa. Eles irão resistir, pois em plena conjuntura insana do “cancervadorismo” se reúnem como fiéis, como cristãos nas catacumbas do Império Romano, como muçulmanos sob ataque da coalizão ocidental, como batalhões de ucranianos sob chuva de mísseis hipersônicos russos. Todos os ataques serão rápidos e caros, mas a miséria contínua desse continente sem luz manterá a chama da fé irracional em um estado gigante com seu salvador da pátria de Garanhuns.

No fundo o que mudou? Talvez o i-Phone que os espectadores usem e troquem no ano seguinte, mas o princípio do coronelismo, enxada e voto irá perdurar por séculos, pois quando uma elite ainda acredita no socialismo querendo repartir sem aumentar a produtividade e sem perseguir e enjaular o corrupto, que dirá o povo? Este, eterna massa de manobra, se vendeu pelo Bolsa-Família em passado recente da mesma forma que agora o faz pelo Auxílio-Brasil. Ah! Também não podemos esquecer da “valorização da educação”! Em contraposição aos esquemas de toma-lá-dá-cá de pastores-ministros que condicionam verbas da educação às prefeituras que construírem igrejas, nós teremos várias semanas e eventos contra a heteronormatividade e a favor da decolonialidade para uma massa de jovens constituídas por analfabetos funcionais que lê muito… legendas de vídeos curtos no instragram.

Talvez em algum século daqui para frente possamos assistir ao “Adeus, Nei!” da mesma forma que assisti à “Adeus, Lenin!” em 2003, genial película mostrando o desencanto de uma geração com o socialismo no leste europeu onde, entre outras emblemáticas cenas, um garoto procura bugigangas em meio ao lixo e se depara com um pôster de Che Guevara jogado fora. E ele joga mais longe ainda.

Cansado após um dia intenso, onde algumas poucas músicas que não falavam de política direta ou indiretamente realmente valeram a pena, cedi passagem aos outros devotos do passado que sorriam extasiados pela audição e visualização de um futuro que reforçasse sua fé em um presente que nunca aconteceu. Também esperei que saíssem do estacionamento, com seus Jeeps, Toyotas, Hyndais e Hondas, todas marcas que seu tão sonhado socialismo jamais imaginou criar e oferecer a uma massa de burros mal agradecidos.

Dr. Marulk

7 jul. 2022

Marine Weather

Buchis on a Boat

I’ve just completed a Marine Weather course, which I found very interesting and I’d definitely recommend it even if you aren’t dependent on the wind to get where you’re going. In addition to teaching you how to read Weather Maps, you also learn: weather and wave predictions, passage planning and storm avoidance all based on various indicators such as cloud formations and barometric pressure and air temperature trends, wind direction and shifts etc etc.

If you are interested in this subject that affects everyone read on. I’ve copied my notes below for future generations of brain cells.

WIND

The wind velocity is often described with the Beaufort scale and  is a function of many factors. There are belts of High (areas of high pressure) and Low (areas of low pressure) pressure systems that circle the globe. The Highs are roughly located at the poles and +/- 30 to 40° latitude (“Horse Latitudes”)…

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Minutemen

Excelente. Termina de forma magistral chamando atenção para aqueles que querem usurpar um símbolo nacional, os minutemen.

Tormento Pabulum

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               As primeiras milícias a se organizarem nas colônias inglesas na América foram, também, as primeiras a se juntarem ao esforço de independência. Os minutemen marcaram a história dos EUA devido à sua importante presença nas fileiras do exército revolucionário, e se tornaram parte icônica da história americana. Dessa forma, os minutemen ficaram entre os membros mais bem reconhecidos de todo o exército americano durante sua guerra de independência, e também entre os mais eficazes, usando suas táticas e organização para auxiliar na vitória contra a metrópole britânica em diversas batalhas.

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Sinofobia, a nova doença social

Escute o episódio mais novo do meu podcast: Sinofobia, a nova doença social : https://anchor.fm/anselmo-heidrich/episodes/Sinofobia–a-nova-doena-social-el9hue/a-a3jb1sa

O Parque do Rio Vermelho: Pelas palavras do seu fundador Henrique Berenhauser

“O PARQUE DO RIO VERMELHO: Pelas palavras do seu fundador Henrique Berenhauser” é um livro histórico sobre a formação de uma estação florestal em Florianópolis/SC, Brasil, uma área antes desflorestada, revegetada com bosques e posteriormente transformada em Parque.

É um relato dramático das lutas contra os maus políticos, que ambicionam as terras do parque, e contra ambientalistas radicais, que intencionam cortar as árvores ali plantadas por serem “exóticas” e estarem “matando as plantas nativas”.

O assunto ser torna bastante atual devido a decisão da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina – FATMA de assumir os argumentos dos ambientalistas e promover a erradicação de todos os pinheiros, eucaliptos e casuarinas ali existentes.

O livro traz a descrição de técnicas de como revegetar uma área tão inóspita como as dunas, e remete ao debate sobre a filosofia de conservação primitivista versus manejo sustentável.

Faça o download do livro virtual (em fase…

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Ministério da Saúde chama de fake news informações espalhadas por Bolsonaro • Teleguiado

Ministério da Saúde chama de fake news informações espalhadas por Bolsonaro

Ministério da Saúde chama de fake news informações espalhadas por Bolsonaro • Teleguiado

A Índia é melhor do que a China?

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou na última terça-feira (12) um pacote de estímulo de US $ 265 bilhões — cerca de 10% do PIB — para atrair investimentos externos que ajudem a economia indiana a se recuperar da crise e fazer do atual contexto geopolítico uma oportunidade para o país depender menos da China e se tornar um novo hub de produção global.

[https://conexaopolitica.com.br/ultimas/india-anuncia-10-do-pib-em-investimentos-para-tirar-industrias-da-china/?idPost=58185]

Exceto por teorias conspiratórias tresloucadas, de que a China “criou um vírus para prejudicar a economia internacional”, sendo ela própria a maior prejudicada, se sabe que foram as condições de insalubridade que levaram ao surgimento da epidemia do CoVid-19, mais tarde transformada em pandemia. Pois bem, para quem está torcendo pela DESindustrialização da China, como já foi aventado com destaque na matéria sobre a retirada de investimentos e plantas fabris na China pelo Japão, pode ir se preparando, pois a Índia não é melhor. Aliás, pelo que já li e também por relatos de quem este in loco, a Índia é bem pior. Imagine você que há comunidades onde se come com a mão, sem talheres, mas cujos locais ficam horrorizados se você usa as duas porque uma delas, é usada para se limpar após evacuar no banheiro. Sim, isso mesmo, uma das mãos, se não me engano a esquerda, você usa para limpar o ânus, sem papel higiênico e a outra, só uma delas, que fique claro, para ingerir o alimento. Logo, se você tenta se adequar usando as duas, eles ficam nauseados. Basta? Não… Há outros locais onde corpos são depositados a céu aberto gerando uma infestação de urubus que sobrevoam córregos que abastecem povoados com a água e, mesmo você sendo um urubu com horas de voo pode estar sujeito a alguma turbulência, levando à queda de pedaços do manjar que lhes foi ofertado… no córrego… da água… que a população bebe. Desde que o outsourcing se tornou regra básica do capitalismo mundial, não teremos mais como abandonar este princípio de produção. Se a mão de obra barata não vier da China, nem os subsídios, as empresas irão procurá-los na Índia ou em algum país asiático, pode saber. E é uma ingenuidade achar que trocar a parceria de uma ditadura de esquerda (China) por um populista de direita, que é o caso de Modi na Índia vai nos garantir melhores condições. Que o site seja bolsonarista, ok, mas não tecer considerações que vão além das boas relações do governo brasileiro com o indiano torna vocês meros publicitários chapa-branca.

E aí, vocês vão buscar a verdade ampla ou apenas reverberar os interesses de momento de um governo qualquer?

Fake do Bem

‪O que é “Fake do Bem”?‬ ‪

É a notícia falsa transmitida por quem sabe que é mentira, mas justifica porque “o outro lado é pior”. ‬

‪São táticas de contrainformação de quem não se importa em manter um duplo padrão moral.‬

‪Sabe aquele teu amigo que tu não entende como ainda pode apoiar aquele lixo de político? Pois é, é ele quem contamina a todos com suas “fakes do bem”.

Anselmo Heidrich

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