A Polônia é vista como um oásis contra o terrorismo dentro da Europa, mas por quê? Por que o país adota uma política extremamente restritiva (e declinante) com a entrada de imigrantes e, discriminatória, o que é seu direito, diga-se de passagem, contra os muçulmanos. Mas a política da União Europeia vai no sentido contrário, certo? De impor uma agenda em que todos seus membros abram as portas aos imigrantes, no caso, refugiados de guerra que hoje se tratam, sobretudo, do Oriente Médio, como Iraque e Síria. Não por acaso, daí que vem também uma minoria de “células terroristas” que ameaçam a ordem e a paz nos países que os acolhem com diversos benefícios (renda, emprego, moradia, estudos etc.). Que fique claro, mesmo que seja minoria, estamos falando de centenas, se não milhares, pois a entrada de refugiados se trata de milhões. Mas então por que a Polônia não se submete aos ditames da União Europeia? Podemos sugerir seu forte apego ao catolicismo, mas é mais do que isto: os poloneses têm uma história recente de luta contra um inimigo muito mais forte, a URSS e, hoje em dia, o mesmo se dá com a Rússia. Claro que a força material que obtém vem de um detalhe não menos importante: sua posição estratégica.
Neste artigo, Borderlands: The View Beyond Ukraine | Stratfor, George Friedman mostra as estratégias de curto e longo prazo a serem adotadas pelos EUA contra a Rússia. Muito interessante o papel de três países formando o novo “cordão sanitário” no leste europeu e oriente próximo, Polônia, Romênia e Turquia. O 1º e último são conhecidos por seu papel fundamental na contenção do poderio russo, mas me surpreendi pela guinada do 2º em direção ao ocidente. Outro país que reavaliou sua aliança recente com os russos, com relação ao transporte de gás pelo sul foi a Bulgária… Parece que as chances de Moscou buscar alternativas para reforçar seu papel de contrabalançar o poderio alemão e americano na Europa estão diminuindo mesmo. Mas, o autor deixa claro que Washington não busca o confronto e sim uma carta na manga, caso o confronto com a Rússia em solo ucraniano se acirre criando uma nova (mini-)guerra fria. Fica claro que o tempo russo é curto, que Moscou busca diversificar sua economia no prazo de 10 anos e, sinceramente, isto parece muito difícil. O que a Rússia oferece ao mundo além dos seus hidrocarbonetos e armas, dois negócios tipicamente sujos que mexem com governos e suas alianças espúrias?
Anselmo Heidrich
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