A sociedade americana confia mais nas suas forças armadas, na religião e na suprema corte. Isto não ocorre porque sejam militaristas, fanáticos ou legalistas ao extremo, mas exatamente porque avaliam seus líderes, representantes e pastores por sua CONDUTA. E é EXATAMENTE isto que falta à presidência que, mesmo certa em seus sentimentos sobre os outros, não tem permissão (moral, não legal) para se comportar conforme quer. Mais que garotos mimados, playboys que sempre conquistaram sexo sem alma ou twitteiros, um cargo público desta envergadura tem conexão com os sentimentos de milhões que veem no quera, um símbolo.
 
O aperto de mão vem da antiguidade, eu acho que do medievo onde cavaleiros usavam a mão que normalmente usava a espada para largá-la e estendê-la como sinal de boa fé. Apertar as mãos não significa dizer “eu te amo”, mas simplesmente “estou confiando em você… faça o mesmo por mim”. É um símbolo e não há maior fragilidade que um chefe de estado em território inimigo se mostrando aberto às conversações. Isto tem que ficar claro, se trata de um ritual que precede um entendimento, assim como bater na porta de um vizinho querendo contato, seja dar um aviso importante ou conversa fiada. Por mais que Donald Trump possa estar certo sobre alguns tópicos, eu temo que seu exemplo dê o desrespeito às instituições como meta. Quando deixa de cumprimentar uma autoridade estrangeira, seja alemã ou qualquer outra, simbolicamente coloca seu ego acima das instituições, assim como twitta tanto quanto um fofoqueiro fala demais.
 
Esperemos que seja apenas simbolicamente.
 
Anselmo Heidrich